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Dinastia das cuecas

Redação Lado A 15 de Março, 2006 13h54m

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Egípcios


Restos de peles de animais cobrindo a região pubiana foram encontrados em homens pré-históricos datando 7 mil anos atrás. Esse tipo de tanga pode ser considerado a primeira espécie de roupa de baixo utilizada pelos seres humanos era usada como roupa única durante o verão e  coberta por outras camadas de peles durante o inverno. Dois mil anos antes de cristo, os egípcios já usavam tecidos de fibras vegetais em forma de roupas de baixo sob saias.


 


Gregos


Já os gregos usavam longos tecidos (chiton) que os envolvia do pescoço até a região do joelho. Preso com um broche ou ornamento, por baixo não havia nenhuma espécie de cueca.


 


Roma


O subligaculum, era uma espécie de shorts usada abaixo das togas ou túnicas.


 


Idade Média


Por volta do século 13, ceroulas foram inventadas (dizem que por Leonardo Da Vince) e a roupa de baixo ganhou grande popularidade. Eram feitas de linho, chamadas de ‘braies’ e usadas por todas as classes. Guerreiros usavam mais de uma cueca e condenados eram deixadas sem elas. As roupas passaram a serem desenhadas para que fossem usadas com cuecas, que ainda eram largas e em formato de shorts e amarradas na cintura.


 


Renascença


As cuecas ficaram menores (ao joelho) e mais coladas ao corpo. Ganharam botões e cortes que enfatizavam a genitália. Bolsos também surgiram nessa época. Criaram a camiseta para acompanhar a cueca.


 


Era Vitoriana


E produção era artesanal, algodão e seda eram os materiais preferidos. Nos Estados Unidos criaram a cueca de flanela, chamada de “drawers”. Como ainda não havia elástico, as cuecas possuíam uma fivela para ajusta nas costas e botão na frente, ainda atingiam o joelho em comprimento.


 


Com a revolução industrial, e máquinas movidas à moinhos de água e fios têxteis, passou-se à produção em massa de cuecas. Não se fazia mais as próprias cuecas em casa. Foi inventada o “union suit”, uma espécie de macacão que cobria todo o corpo. Feito de tecidos canelados, tinha até uma saída na parte de trás e nas opções com ou sem mangas. 


 


1930s


Cuecas boxer e tangas voltaram à moda. Com o aparecimento do elástico, saiu o botão, a fivela e tecidos usados para fixar a peça no corpo. Baseando-se nos lutadores de boxer, surgiram as verdadeiras cuecas boxer, sem o botão.


 


A empresa Jockey desenvolveu em 1934 as cuecas com orifício na diagonal. O famoso bolso canguru até então na horizontal ou na vertical.


 


Com a Segunda Guerra, veio a escassez de cuecas nos EUA, uma vez que a prioridade eram as tropas na Europa. Por falta de tecido, passaram a usar cores nas cuecas. Por falta de metal, aboliu-se os botões e para garantir a camuflagem dos soldados, eles usavam cuecas verde-oliva.  


 


Após a Guerra, as marcas Jockey e Hanes dominavam o Mercado Americano. Foi criada a sanfonização dos tecidos, que se ajustam ao corpo após encolher na primeira lavada. Era preciso comprar tamanhos maiores novamente.


 


Em 1947 surgiu o nylon e o strech e em 1950 a camiseta com gola T .


 


Cores e estampas foram introduzidas nas cuecas e os designers usavam a cueca para inovar. Rayon, Dracon e Nylon Dupont entraram no mercado durante a década de 50.  Na década de 60 surgiram os biquínis e roupas de baixo divertidas (super coloridas) e estampadas. Estampas de animais eram a moda na roupa de baixo. O algodão ainda era o material mais usado.


 


A lycra e o spandex surgiram durante a década de 50. A Du pont e designers italianos criam novos produtos e as cuecas se tornam mais elásticas e menores. Agora cada cueca expressava o grupo social para qual foi desenhado. Um modelo para cada cultura e idade marcaram os anos 60.


 


1970 a 1980


Foram Calvin Klein, Sauvage, Ron Chereskin, Dolce & Gabanna, Tommy Hilfiger, e até a Jockey, quem pregaram valor erótico nas campanhas de cuecas. Mas ninguém o melhor fez do que Gianni Versace, que criou o glamour em torno de peças minúsculas e transparentes, apresentadas por modelos de corpos esculpidos e olhares sedutores.  Cuecas de grife chegam a custar mais caro que algumas peças da coleção.


 


Ainda hoje, modelos se tornam famosos da noite para o dia, quando protagonizam campanhas de cuecas. Caso do modelo Travis Fimmel que estrelou a campanha da CK em 2002, descoberto em uma academia da Austrália. As campanhas também decolam outras carreiras, como a do cantor Mark Wahlberg, que fez a campanha da mesma marca em 1992.


Curiosidades


Cueca à prova de balas
Foi desenvolvida durante a Guerra Fria pelo Instituto de Pesquisa de Aço de Moscou, responsável em desenvolver blindagem de tanques. Os calções de náilon receberam 7 placas de aço, que pesam quase 10 quilos e protegem a parte de baixo do estômago e coxas. Ainda tem a capacidade de desviar a bala de uma pistola disparada em distância superior a 5 metros.


 


Cuecas superdotadas
Foram criadas pela marca suíça Athos, em 2004. Em modelos Boxer, feitas de tecido elástico na cor de pele, elas exibem desenhos do membro sexual masculino, bem avantajados, na posição frontal. A impressão é que a marcação é verdadeira e o dono possui realmente aquele relevo… Outras peças com tatuagens também foram criadas.


Cueca Comestível


Em tamanho único e nos sabores chocolate, uva, framboesa e cereja, esta cueca pode ser comprada na internet. Ela é feita de material que dissolve com a umidade da saliva. Esta vai realmente alimentar as suas fantasias e saciar a sua imaginação.


 


Cuecas eróticas


Tem as transparentes, as de bunda de fora, com animais (a tromba do elefante serve de abrigo para o Bráulio), temáticas de filmes, com gravatas e até bolso para guardar o preservativo. Haja imaginação.



Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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