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A bandeira do orgulho gay

Redação Lado A 24 de Abril, 2006 16h58m

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 O Arco-íris é para os gays o que a Lua é para as bruxas, o que o Sol era para os egípcios. Não me refiro a uma característica divina ou sagrada, mas a ser o grande símbolo de uma cultura. O uso da bandeira foi historicamente valorizado nos povos gregos e também pelos nativos norte-americanos.

Antes, o triângulo invertido rosa era usado com símbolo da “liberação gay”, herança da marcação aplicada pelos nazistas em gays durante o holocausto. A bandeira do arco-íris, foi criada por um artista gay da Califórnia em 1978, Gilbert Baker, ele concebeu a obra inspirada na bandeira das raças (que na verdade não tem nada a ver com a idéia de faixas coloridas). Baker foi convidado por uma organização gay para criar uma bandeira para a parada anual gay da cidade de São Francisco que acontecia todo mês de maio. A idéia era criar um símbolo novo mais otimista, que passasse não remetesse a dor do passado.

A bandeira original tinha oito cores: rosa, vermelho, amarelo, verde, turquesa, anil, marinho e violeta. Cada cor representava um marco para a comunidade gay. O verde era referência ao fim dos tempos vitorianos na Inglaterra, quando a homossexualidade foi criminalizada. O violeta era uma homenagem a Stonewall, grande rebelião gay em NY. O rosa claro referia-se aos triângulos nazistas desta cor… Cada cor também significava a diversidade dentro do próprio meio gay, composto por gays, lésbicas, travestis, transexuais, sadomasoquistas, masculizados, afeminados, fashions, rudes, entre outros. As cores também trazem um significado espiritual. O vermelho remete a vida, o laranja para saúde, o amarelo simbolizava a luz do sol; O verde a calma ou natureza, como o anil era a arte, o marinho é a harmonia, já o lilás representa o espírito.

Houve uma redução de oito para sete cores, antes de chegar às seis cores atuais. Foi em razão da falta de uma boa impressão do rosa pela empresa de bandeiras Paramount e também em razão da empresa já possuir estoque de uma outra bandeira parecida. Depois, em 1979, mais uma cor foi retirada, o azul claro, para simbolizar a morte do militante Harvey Milk, o primeiro homossexual eleito para um cargo público (vereador) e assassinado brutalmente por um outro político, um ano antes. Na verdade, era também outra cor difícil de ser encontrada, o que dificultava a produção em série das bandeiras e um número par de cores facilitava na hora de dividir os espaços durante as paradas e postes decorativos. Com as novas cores, ela foi reconhecida no congresso internacional de fabricantes de bandeiras. 

A bandeira ganhou singular popularidade quando tentaram proibir que os moradores de West Hollywood, Los Angeles, pendurassem elas em suas janelas, na década de 80. A bandeira se tornou ícone mundial e hoje é símbolo da cultura gay. A bandeira então virou adesivos, canecas, velas, camisetas, entre outros itens. Também pode ser usada invertida, não havendo um lado correto para o seu uso, segundo o seu criador. Usar adesivos ou miniaturas na bandeira em um estabelecimento comercial simboliza que o local é “gay friendly”, ou seja, amistoso com o público GLS.

O artista Gilbert Baker ainda vive na cidade de São Francisco e produz bandeiras. Além da bandeira do arco-íris e bandeira gay, a obra dele também e conhecida como bandeira do orgulho LGBT. A primeira grande versão foi costurada à mão pelo próprio Baker, usando barris de metal vazios com opoio para o tecido e tem pouco menos de 30 anos. Usada pela primeira vez em 1979 na Parada Gay de São Francisco, hoje, a primeira bandeira continua pendurada sobre uma ong gay da cidade.

 

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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