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Lésbicas não sabem terminar namoro

Redação Lado A 15 de Junho, 2006 03h07m

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Todas as lésbicas que eu conheço adoram aqueles relacionamentos exclusivos e duradouros. Posso estar generalizando… mas pare e olhe no seu circulo de amizades: a maior parte das suas amigas lésbicas estão namorando.


Sim, sim. Existem algumas exceções… como aquelas que acabaram de descobrir que são lésbicas e não sabem pegar mulher. Ficam batendo papo na internet, marcam encontro no barzinho… e quando chega na hora H, não sabem o que fazer, falar e acabam sozinhas.


Ou também, quem está no intervalo de um namoro e outro. Ou então aquelas que não querem assumir para o mundo que são gay e vivem em um mundo pequeno e não conhecem ninguém e finalmente aquelas que são tão exigentes que não há ser no mundo que chegue a tantas exigências (infelizmente a Angelina Jolie tá casada).


Mas como eu disse, essas são as as exceções. Na maioria dos casos, a preferência é por casamentos duradouros… acredite, isso é estudado, comentado, pesquisado, explicado, difundido e tido como verdade universal dentro do mundo GLS.


E como para toda regra tem uma exceção e nem todos os finais são felizes…. os casamentos acabam. O que transforma nossas cinderelas, mestras no cultivo de relacionamentos longos, se transformarem em experts em divórcios.


Depois de ser largada na última sexta-feira, a pessoa ainda me ligar para me contar que saiu com a ex-namorada dela e depois de ler inúmeras biografias de lésbicas famosas passei a identificar as garotas de acordo com suas atitudes diante de uma separação. Lembrando que as pessoas crescem e uma mesma guria pode adotar procedimentos diferentes ao longo de sua vida.


Vamos a elas:


A CEGA – Esse caso é comum, a guria sabe que o casamento está indo por água abaixo, e se recusa a aceitar o fato porque tem medo de ficar sozinha, não tem coragem de dizer o que sente ou então não quer assumir a responsabilidade de terminar o namoro. Como conseqüência, ela começa a empurrar o relacionamento com a barriga até que ele se dissolva e fique tão chato que ambas as partes resolvam pela separação, antes que morram de tédio.


A EGOÍSTA – esse tipinho é aquele que só termina um relacionamento se já estiver com outra namorada em vista. Geralmente, quando sente que o casamento está com dias contados, a precavida sai à procura de pretendentes e até pula a cerca vez ou outra, a título de test-drive. No momento exato em que encontra uma amante promissora, ela desfaz seu casamento e se muda, de mala e cuia, para a casa da nova namorada.


A PSICOSAPA – esta, por definição, jamais termina um relacionamento. Invariavelmente, é sua namorada quem pede a separação e, quando isso acontece, a psicosapa faz questão de destruir tudo em volta: quebra pratos, rasga retratos e aniquila qualquer coisa que possa servir de recordação no futuro. Depois, sai pela cidade espalhando podres da ex, fazendo campanhas de esclarecimento para que nenhuma mulher jamais se aproxime daquela que destruiu seu coração. Depois que se separa, é muito comum a psicosapa perseguir a ex por meses, incansavelmente. Esse tipo de garota guarda muitas mágoas e isso faz com que ela demore mais tempo que o normal para engatar outro relacionamento.


A ENFERMEIRA – quando termina um romance, o tipo “enfermeira”, ao contrário da “psicosapa”, gosta de colar os caquinhos e cuidar da ex-namorada até que fique tudo bem entre elas. Esse tipo é aquele que, mesmo de namorada nova, visita a ex todo fim de semana e telefona quase sempre para saber se está tudo bem. Boa e generosa, ela até se esforça para providenciar novas paixões e pretendentes para a ex, chegando ao extremo de leva-la para a balada junto com a nova namorada, só para que a ex não fique muito solitária.


A BARRAQUEIRA – é aquele tipo de garota que não consegue terminar um namoro sem fazer um barraco. Muitas vezes, a “barraqueira” é confundida com a “psicosapa”, mas há uma diferença básica: enquanto a “psicosapa” atua na surdina, conspirando em silêncio, fazendo campana e espalhando fofocas, a “barraqueira” é mais explícita, brigando em público, podendo apelar para a violência física. Geralmente, a “barraqueira” não consegue partir para outro relacionamento sem antes dar uns bons tabefes na (ou levar uma bifa da) ex.


A IÔ-IÔ – bem comum entre as lésbicas, o tipo “vai-e-volta” geralmente se casa com outro tipo “vai-e-volta”. Elas terminam o namoro, depois reatam, na seqüência rompem novamente, depois voltam a namorar e, se alguém resolve perguntar a elas se são namoradas, nem elas sabem dizer. Esse tipo adora alugar as orelhas das amigas para derramar suas mágoas nas fases em que estão separadas. Depois que as amigas se esforçam para convence-la da separação, o tipo “vai-e-volta”, contrariando tudo e todas, sempre reata o casamento, deixando as amigas na maior saia justa e com as orelhas ardendo.


Bem, esses são apenas alguns exemplos. Aposto que há muito mais. Se você conhece mais alguma maneira clássica e lésbica de se separar, escreva para mim: ladyjolie@onda.com.br

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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