Jovens gays agredidos covardemente em bar de Florianópolis

Redação Lado A 04 de Outubro, 2007 21h01m

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Seis jovens, entre 20 e 25 anos, dois rapazes e quatro moças, maioria deles homossexuais, que estavam no Midnight Snooker Bar, no bairro de Trindade, em Florianópolis, foram agredidos por funcionários e pelos donos do estabelecimento após discussão sobre o valor cobrado na conta do grupo. Segundo as vítimas, a conta já estava paga, mas gostariam da descrição dos gastos, pois suspeitavam que estava sendo cobrado a mais. O grupo gastou R$ 84 reais no bar e ficou por lá por cerca de 6 horas. O fato ocorreu na madrugada do dia 28 de setembro, quinta para sexta, por volta das 3h30 da manhã e resultou em hematomas e um corte na cabeça de uma das meninas que foi covardemente agredida com um taco de sinuca pela garçonete.

O local é próximo à UFSC, onde há vários estabelecimentos freqüentados por universitários. Neste dia, os meninos gays e meninas lésbicas do grupo trocaram beijos dentro do estabelecimento, o que teria motivado a agressão, segundo o pessoal agredido. A violência iniciou-se quando o grupo questionou o valor da conta antes de saírem, após terem pago o valor cobrado. Segundo uma das meninas que estava presente, o dono do bar, nascido na Argentina, teria dito “aproveita e nunca mais ponha os pés aqui”, quando ela disse que não queria desconto ou pagar menos, pois já haviam pago a conta. Um dos rapazes teria sido o primeiro a ser agredido ao questionar o valor da conta para o proprietário do local, três funcionários teriam imobilizado ele e deferido socos na região abdominal. Uma das meninas foi agredida pelo filho do dono do bar, tendo seu braço torcido e recebido uma tacada na cabeça dado por uma garçonete. Outra menina, já no chão, recebeu pontapés e desfaleceu por instantes.

Tudo ocorreu quando o bar já estava quase fechando, tendo poucos clientes e a porta se encontrava quase totalmente abaixada. A polícia foi chamada pelos donos do estabelecimento e só chegou quando o grupo se encontrava distante do local. Os policiais militares realizaram batida, ignoraram as denúncias e não levaram todos para a delegacia para formalizar o boletim de ocorrência, B.O. Uma das meninas teria recebido um empurrão do policial, enquanto tentava explicar a situação e questionava a ausência do nome do policial na farda. O oficial teria dito: “Eu não tenho que respeitar mulher, baixa a bola”.  Os agredidos foram atendidos no Hospital Universitário e ficaram com medo de procurar a autoridade policial para prestar queixa do ocorrido.

Dias depois, com ajuda de outros gays, o grupo busca registrar o fato e tomar as providências legais. Ainda não foi lavrado o boletim de ocorrência que deve ser feito ainda esta semana. Uma manifestação em frente ao estabelecimento está prevista para o dia 11 de outubro. Grupos de direitos gays e de direitos humanos começam a analisar o caso. Uma foto, tirada com a câmera de um aparelho de celular no hospital e o registro do atendimento servirão de provas. O grupo está a procura de testemunhas presentes no dia da agressão para comprovar que foram vítimas da violência homofóbica. Duas testemhunhas já confirmaram que irão depor.

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