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BDSM: Bondage, Obediência e Sadomasoquismo

Redação Lado A 26 de Fevereiro, 2008 20h02m

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“São, Seguro e Consensual” estas são as palavras usadas pelos praticantes do BDSM para combater o preconceito de quem gosta de ser amarrado, praticar jogos de humilhação e poder, e chegar a se machucar para sentir e gerar prazer. Os limites são conhecidos e há uma relação de confiança que pode chegar a um contrato elaborado por profissionais. O BDSM ganha força a cada ano e no Brasil são diversos os títulos publicados. (Bondage são as técnicas de imobilização)

Cena no Sul
No Sul existem grupos de praticantes, principalmente no Orkut que abriu espaço para as mais diversas comunidades. Em São Paulo e no Rio de Janeiro existem clubes especializados. Por aqui, as pessoas têm contato com a prática em festas privadas, ou temáticas, sessões particulares e buscando parceiros em bate-papos. No mundo GLS são raros os eventos abertos, mas é possível encontrar diversos adeptos, sendo a maioria de escravos.

Entre quatro paredes
Não há regras: a posição de ativo e passivo sexualmente varia em relação ao dominador e o dominado. Há homens heterossexuais que gostam de ser dominados por mulheres, apanhando e inclusive praticando a chamada inversão, onde ela atua como ativo e ele como passivo, utilizando artigos como cintas com pênis. O são é garantido quando a prática não afeta a vida pessoal dos envolvidos. Há praticas como humilhar, cuspir, urinar, defecar no parceiro como forma de humilhação. A coleira, aquela comprada no Pet Shop é o artigo mais fácil de ser encontrado. Chicotes podem ser comprados em sexshops ou naquela agropecuária conhecida. O importante é o prazer, do dominador, que vem sempre em primeiro lugar. O dominado é uma espécie de escravo, que deve servir aos caprichos de seu dono. Ao proprietário cabe o papel de adestrar o seu escravo e garantir que ele não queira procurar outro dono.

São, Seguro e Consensual
Quando o dominador e o dominado se conhecem, a primeira coisa a fazer é conhecer os limites e afinidades alheia. A partir daí é criada uma relação na qual vão explorando os limites e o prazer de forma mútua. O dominador, master, ou mestre, conduz à sua maneira a forma que as coisas acontecerão. O dominado deve se entregar de corpo e alma a fim de satisfazer o mestre, que irá punir o escravo, slave, se esse não cumprir as suas exigências, claro, dentro do limite estabelecido.

Ética BDSM
São, Seguro e Consensual (SSA) é uma ética estabelecida na comunidade. Segundo o site Desejo Secreto, um dos melhores no país: “Seguro” é ter conhecimento do que se está fazendo. Cada participante deve estar informado dos possíveis riscos, mentais e psicológicos. “São” é saber a diferença entre fantasia e realidade. Um consentimento consciente não pode ser dado por uma criança, ou se você está sob influência de drogas ou álcool. “Consensual” é respeitar os limites que cada participante impôs. Uma das maneiras mais conhecidas de manter os limites é o uso da “senha de segurança” – com a qual o bottom/submisso pode retirar o consenso a qualquer momento, com uma simples palavra ou gesto.” Embora aberta para novos participantes, os praticantes procuram não se expor no primeiro momento a estranhos, dado o preconceito que existe contra o BDSM, por isso muitos usam apelidos e escondem a face.

Apesar de violento
Tudo não passa de um jogo de satisfação que é realizado de forma adulta e responsável. Alguns objetos podem machucar e causar danos sérios, por isso a necessidade de orientação no uso de aparelhos, até mesmo de chicotes que podem causar necroses. Estima-se que 10% da população goste de envolver dor, violência na hora do sexo. Se considerarmos as relações de poder e humilhação, estes índices crescem significativamente. O que mais impressiona é a dependência psicológica criada nestes casos, o que revela que a prática envolve um tipo de amor e carinho incompreendido pela maioria das pessoas.

O site www.desejosecreto.com.br tem mais de mil acessos diários e reúne grande biografia sobre o tema.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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