Há quem torça o nariz. Há quem simplesmente não tire dos pés. A verdade é que as sandálias coloridas, cheia de furinhos e com jeito de tamanco holandes são uma unânimidade mundial. Os Crocs foram um fenômeno no verão americano e europeu, desembarcaram pelas terras tupiniquins há pouco tempo, entretanto, já viraram febre por aqui também.
Ao primeiro olhar eles podem parecer feios, pesados e as cores berrantes assustarem, mas os apresentadores Jô Soares e Ana Maria Braga, fãs do calçado, afirmam que não há nada mais confortável para usar nos pés. Marcelo Sommer no desfile para sua grife, Do Estilista, deu uma cara mais descolada aos looks cowboys ao colocar na passarela os garotos desfilando modelos super inusitados.
Os Crocs nasceram na canadense Foam Creations, dona da patente de uma resina não-plástica, a Croslite, antiderrapante e extremamente leve – o Beach, campeão de vendas, pesa 170 gramas, 30 a menos que uma Havaianas, sucesso mundial do estilo desencanado que agora enfrenta a concorrência dos tamancos. Destinavam-se a velejadores, caso de Hanson e seus dois amigos, Scott Seamans e George Boedecker, que assim os conheceram, gostaram deles e passaram a fabricá-los sob licença no estado do Colorado. Em dois anos, batizaram a coisa de Croc (pela semelhança, dizem, com um crocodilo), compraram a Foam Creations e fizeram história. Hoje, a Crocs Inc. vale 1 bilhão de dólares e fabrica trinta modelos, que vão dos chinelos de dedo às sapatilhas. O primogênito Beach, estilo tamanco holandês, ainda segue como campeão de vendas e custa, em média, 30 dólares. No Brasil os preços ficam entre 90 e 120 reais.
Recentemente entidades brasileiras de defesa ao consumidor começaram a procurar algumas respostas do fabricante, depois de o governo japonês pedir a empresa americana fabricante dos tamancos melhorar o design do produto. Foram registrados mais de 60 acidentes nas terras nipônicas, a maioria com crianças que usavam o calçado ao subir escadas rolantes.
Seja feio, seja bonito, confortável ou não, a realidade é que os Crocs tornaram-se uma mania mundial. E a sua produção vem ganhando uma escala assustadora para quem começou recentemente: já são sete fábricas no mundo e a última delas acaba ser instalada no Brasil – a primeira da América Latina. As outras são nos Estados Unidos, México, Itália, Bósnia e China. A expectativa da empresa é comercializar, este ano, 50 milhões de pares dos mais diversos modelos.
