Militar Gay preso pode estar sendo torturado

Redação Lado A 12 de Junho, 2008 12h48m

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A acusação é do companheiro do sargento Laci Marinho de Araújo, o também sargento do Exército Fernando Alcântara de Figueiredo. Araújo foi preso no último dia 03, após os dois aparecerem ao vivo no programa de TV Superpop, da RedeTV!. Na semana anterior os dois estamparam a capa da Revista Época e contaram o drama que estavam vivendo dentro da instituição, o que levantou forte discussão sobre o tema militares gays.


A prisão, segundo o Exército, foi motivada pela deserção do sargento Araújo às suas funções. Já o casal militar defende-se que o mesmo estava afastado por motivos de saúde desde o início do ano. A deserção, segundo juristas, seria descaracterizada pois o mesmo se encontrava vivendo em residência dentro da vila militar. O Hospital Militar de Brasília, no qual o companheiro de Araújo trabalha, confirmou que o atestado de saúde de Araújo não foi respeitado pelo Comando do Exército. Segundo o casal, por três vezes, eles tiveram o pedido de audiência negado com o comandante geral do Exército, que não quis discutir o caso deles, já que uma transferência de Araújo estava colocando em risco a relação de mais de 10 anos dos dois.


Mediante as suspeitas de tortura, o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), ligado diretamente a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, criou esta semana uma Comissão Especial para acompanhar o caso do sargento preso. Segundo um de seus conselheiros, o Exército não respeitou o acordo feito com a entidade para manter Araújo em um hospital, ao transferi-lo de São Paulo para Brasília, além de não garantir o direito de visita do companheiro. Segundo o Figueiredo, houve tortura, espancamento e discriminação após a transferência do Hospital Militar de Brasília para a carceragem do Exército.  O Exército nega as agressões. E o militar rebate dizendo que ele mesmo recebeu as instruções de como torturar e bater sem deixar marcas. Em visita a I Conferência Nacional GLBT, o sargento Fernando Alcântara de Figueiredo, companheiro de Araújo, subiu ao palco e pediu socorro ao movimento. Segundo ele, o companheiro corre risco de vida. Ele também informou que foi afastado de seu trabalho e responde a processo administrativo. “O meu maior medo é que eles o torturem e o matem. E alegam que ele estava tão perturbado que cometeu o suicídio”, disse o sargento em entrevista ao site Acapa. Segundo ele, a perseguição ao casal já dura dois anos.

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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