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Revista G Magazine é finalmente vendida

Redação Lado A 05 de Junho, 2008 07h48m

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Após uma década de dedicação ao público GLBT, a Fractal Edições, que fazia a edição da revista “G Magazine”, foi vendida. Diferentemente do que publicou ao mercado, revista G magazine não foi vendida para o grupo americano Ultra Friends International, mas para paulistana Ad Business.

Mas por que uma revista de tanto sucesso seria vendida? Necessidade. Este é o principal motivo apontado por Ana, além do acúmulo das dívidas e o trabalho solitário de comandar uma editora, já que os outros dois sócios, Otávio Mesquita e Ângelo Rossi, a deixaram. “Precisei vendê-la. Fazer uma revista, ou uma editora, e mais um portal com todo o aparato de uma empresa grande estava sendo muito difícil para mim e a equipe. As contas não batiam porque a G exigiu muito investimento em dinheiro e pessoal durante estes dez anos”, justifica.

“A negociação se iniciou com uma parceria, apenas. Fizemos o Gtravel Online e, em meados de 2007, ambos achamos que o ideal seria que as parcerias tivessem um só rumo, ou um só comando. Isso se concretizou no início de 2008”, declarou a empresária.

A edição de fevereiro foi a última edição da revista “G Magazine” sob o comando de Ana Fadigas. Durante os dez anos, de acordo com ela, tanto a revista quanto o público mudaram. Entretanto, sua direção seguia principalmente as vontades dos homens gays, com idade entre 18 e 35 anos, que além de nudez explícita, queriam ler matérias interessantes. “A ’G’ tem a consciência da diversidade humana.

Misturava nudez, religião, auto-ajuda, modernidade, sacanagem e até orações”, afirma a ex-editora. Ela ainda diz que o objetivo da produção era dar um continente de prazer, carinho e aceitação ao público homossexual. “Queríamos fazer com que eles encontrassem na revista um pouco da sua cidadania.”

Nomes que fizeram fama na revista, como a drag Nany People, vão deixar de assinar colunas na “G”. Nos bastidores, comenta-se que a revista vai diminuir de tamanho e mudar seu foco, privilegiando mais ensaios de nudez do que reportagens. Jean Wyllys, vencedor do “Big Brother Brother 5”, pode deixar a publicação.

A reviravolta na linha editorial da “G”, que nos últimos anos investia na produção de conteúdo explorando temas de comportamento e militância, ocorre após surgimento de diversas publicações mais comportadas voltadas ao público GLS. Anunciantes de peso, como multinacionais, rejeitam vincular suas marcas a publicações de nudez masculina. Um porta-voz da Ad Business promete se manifestar nesta quinta-feira sobre as mudanças.


 

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SOBRE O AUTOR

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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