11 atletas assumidos competem nos Jogos Olímpicos de Pequim

Redação Lado A 14 de Agosto, 2008 01h27m

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Apenas onze atletas abertamente homossexuais competem em Pequim. A lista poderia ser bem maior se muitos saíssem do armário, mas preferem não abrir a sua homossexualidade aos fãs com medo de perder patrocínio e sofrer preconceito, sobretudo com medo da hostilidade outros atletas, já que o meio esportivo ainda é machista e o ambiente é de intimidade total. O Comitê Olímpico Internacional vem tentando mudar isso, até a participação de transexuais foi liberada, mas a maioria dos gays, sobretudo os homens, ainda sente medo de se assumir. O número de gays e lésbicas em Pequim é o mesmo que o percebido em Sidney, logo, não houve grandes avanços.

Se você imagina que as lésbicas se concentram em esportes como futebol, ou nos jogos de lutas, ou outros mais rudes está redondamente enganado. O mesmo pensamento não vale para homens gays e esportes mais artísticos e delicados. Mas a nossa lista a seguir reflete este preconceito, já que os atletas se sentem mais confortáveis quando estão em esportes que correspondem a estas idéias.

Bem, em todo caso, não serão nestes Jogos Olímpicos que eles se revelarão, já que a China faz jogo duro com os gays. A homossexualidade deixou de ser crime faz pouco tempo no país, em 1997, e desde 2001 deixou de ser doença mental, antes era punida com a pena de morte ou prisão. Mas no país o assunto ainda é tabu.

Mesmo assim, atletas abertamente gays colorem as Olimpíadas. E as lésbicas são emagadora maioria. Tem até um casal: Gro Hammerseng e Katia Nyberg, do basquete norueguês. A havaiana de 25 anos, Natasha Kai, dos EUA, compete no futebol feminino e a alemã Linda Bresonik também joga bola. O esporte conta ainda com a Victoria “Vickan” Svensson, da Suécia. A alemã Imke Duplitzer disputa uma medalha na esqrima. Judith Arndt concorreu no ciclismo pela Alemanha. A estadunidense Vicky Garlindo, na verdade bissexual, joga softbol ao lado da também lésbica Lauren Lappin. O esporte é uma variação mais lenta do basebol. A tenista Rennae Stubbs joga pela Austrália, no tênis. Entre os homens, o saltador Matthew Mitcham, dos saltos ornamentais, representando a Austrália é o único representante masculino.

Temos claramente homossexuais no Comitê Olímpico Brasileiro, alguns deles com grandes chances de medalha de ouro, sobretudo em esportes coletivos. Mas por que eles não se assumem? Têm medo de serem hostilizados e perderem seus patrocínios e amigos. Aliás, existe até uma cláusula de quebra de contrato, nos contratos de patrocínio esportivo padrão, em caso de polêmicas, ela está ali para prevenir em caso de dopping e drogas, mas que também poderia ser utilizada se o atleta se assumisse homossexual publicamente. É uma pena.

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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