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Dinheiro na mão, cueca no chão – Prostituição oportunista

Redação Lado A 07 de Agosto, 2008 21h46m

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Por pura safadeza muitos homens passam a cobrar pelo sexo. E qual seria o problema? Juntar o prazer com algo que traga rentabilidade é o sonho de qualquer pessoa. Pagando bem que mal tem? Esse é o lema dos garotos que não vêem dificuldades em receber dinheiro após um transa.

Numa noite quente de julho, o jovem Fabio (nomes fictícios), de 17 anos, de Curitiba, estava em um bate papo tranqüilo com outro rapaz, oito anos mais velho. Sem qualquer intenção sexual, Fabio mantinha a conversa num tom amigável, rondando assuntos sobre línguas, baladas e filmes.

Um tempo depois, cerca de meia hora, o rapaz mais velho, Junior, sugeriu sair com Fábio para transarem. Apesar de namorar há um bom tempo, sexo sem compromisso, não faria mal a ninguém, afirmou.

Fábio, de início, não aceitou e como argumento disse estar casando e sem vontade de transar. Cogitou a possibilidade de transarem outro dia, mas não foi ouvido, pois o rapaz mais velho não se agüentava de tanto tesão.  Percebendo que Fabio não sairia com ele, Junior ofereceu certa quantia. O primeiro valor foi R$50. Fabio brincou, disse que toparia em outra ocasião, mas no momento não estava afim.

No final das contas, o valor subiu para R$ 70 e atraiu Fabio para a teia sexual jogada por Junior. O menor aceitou o dinheiro e combinou de se encontrarem em frente a sua residência, para de lá partirem rumo ao mato, isso mesmo, mato.

Às 5h30min, parado no portão de casa, Fabio aguardava o tal Junior. No horário combinado, o pagante chegou e partiu para “um matinho” da BR-277, próximo ao Município de São José dos Pinhais.

No carro, um assunto variado passou a rolar e os dois começaram os amassos. O dinheiro foi dado a Fabio antes da transa. No local da sacanagem, silêncio entre eles e muito barulho de carros zunindo ao redor. Ao final, Fabio não gozou. Não sentiu prazer e afirmou que o propósito de tal ato era o dinheiro. De acordo com ele, uma grana a mais sempre é de bom tamanho. Questionado se estava arrependido, afirmou que não, pois o acontecido foi banal. “Simplesmente uma nova experiência na minha vida.”, comenta.

Apesar de não procurar, Fabio afirma que se aparecer outra oportunidade, ele topa. “Mas não com o mesmo rapaz… Ele tinha pança… Não gosto disso.. Mas se ele oferecer R$200, eu vou”, comenta.

Este é um reflexo de uma nova geração que não vê o sexo como pecado e muito menos o lucro em cima do corpo. São jovens que experimentam e agem por pura diversão e com uma curiosidade talvez não tão saudável mas que reflete a diminuição do preconceito e do moralismo. Sem dúvidas o anonimato e a facilidade de contatos dados pela internet aumentaram esta prática. Sem fazer julgamentos, observamos o fato, e saiba: alguém perto de você pode ter se aventurado de maneira parecida. Lembrando que, neste caso, existe uma agravante, um menor ter feito sexo em troca de dinheiro, o que configura prostituição infantil, é crime e dá cadeia.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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