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Cruzeiros gays: dicas em alto mar

Redação Lado A 14 de Setembro, 2008 19h05m

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Com três grandes eventos nos mares brasileiros para o público GLS nos próximos anos, resolvemos montar uma matéria sobre o assunto. Procuramos pessoas que já participaram de eventos eletrônicos em alto mar e colhemos uma série de dicas e advertências. Veja o que espera o pessoal.


Serão três dias intensos de sol, muita música e gastos. Por isso, programe-se com antecedência, adiante-se aos imprevistos e divirta-se muito. Como a cabine será o lugar onde você menos passará tempo, invista mais no modelão e nos acessórios. Evento em navio cruzeiro é praticamente um desfile de moda, nada de roupinha surrada, capriche no visual. Daí sai a primeira dica: leve roupas na mochila pois dependendo do número da sua cabine, sua mala pode demorar algumas horas para chegar e você pode torrar ao sol com calça jeans e sem o seu protetor.

Economia
Tente sempre comprar com antecedência o pacote da viagem pois os valores tendem a subir e as condições de pagamento também ficam diferentes. Quase sempre sobram as cabines mais caras próximo ao dia do embarque. Vá até o porto em grupo ou de ônibus. Os estacionamentos na região costumam ser salgados. A internet sem fio existe mas geralmente cobrada. Não tem Lan House, mas tem academia de graça. Fuja dos cassinos se você tem problemas com apostas. As compras no Free Shop são entregues, de praxe, na saída, principalmente as bebidas alcoólicas.

Vistoria e segurança
Primeiro você tem que se preocupar com as fiscalizações. Tem duas. Uma no Porto, realizada pela Polícia Federal e outra dentro do convés, realizada pelo pessoal da Marinha. A primeira tem raio-X e detector de metais e a segunda é pessoal, ambas sem vistoria corporal. Não é permitido sair do país com bebidas alcoólicas, vegetais, animais ou drogas. Dentro do navio também são vistoriados produtos perfuro-cortantes, bebidas e comidas. As malas, depois de passarem pela vistoria da PF, são despachadas para a sua cabine. Se algo irregular for detectado, você terá que abri-las na frente do comandante. Só depois disso tudo que o navio sai. Tenha paciência.

Tanto a PF quanto a Marinha fazem cumprir a lei internacional de intolerância às drogas, por isso, é cana para quem for pego com produtos ilegais. A Marinha estará presente durante todo o evento e responde à legislação da bandeira do navio. Há seguranças contratados pelo evento e estes também verificam se está tudo de acordo com a lei. Os seguranças não podem entrar nas cabines mas a Marinha pode. Há prisão dentro do navio para deter pessoas que causam problemas ou são pegos contrariando as normas.

Plano de saúde
Compre um seguro de saúde ainda em terra pois se você precisar terá que desembolsar uma boa grana. Leve tudo que puder. Remédios para enjôo, colírios, band-aid, talas, gazes, um kit completo já que lá dentro nem curativo é de graça, ao contrário, cobram fortunas. No caso de uma contusão grave, por exemplo, um rapaz teve que desembolsar 300 dólares para ser colocada uma tala em seu pé que quebrou e ele não tinha seguro. Não tocaram nele até passarem o cartão de crédito. Outro pagou 25 dólares por gota de colírio. Parece extorsão, e é. Então, previna-se.

Bebidas e comidas
Apesar de você ter comida de graça, a bebida é cara. Imagine quatro dias na balada, pagando bem caro por tudo. O Island Escape, por exemplo, no evento Tribe on Board, só vendeu bebidas da Schincariol e, em média, US$4 a latinha de cerveja e US$ 3 a água. Então, vá com dinheiro no bolso, de preferência já em dólar para não perder na conversão. Use cartão internacional pois não aceitam cheques. Há uma torneira de água potável no restaurante principal, aproveite. Há outro restaurante mais chique, que só pode entrar vestido de social, mas ele abre apenas nos horários certos das refeições. Um terceiro restaurante, particular, funciona no navio mas ele raramente abre em eventos eletrônicos. Informe-se sobre eventos especiais que tenham exigência de traje. É proibido andar sem camisa nos restaurantes. Isso para o Island Escape, que abrigará o passeio Freedom on board no início de 2009.

Eletrônicos
A maioria das tomadas é 220v. No banheiro geralmente há uma tomada 110v. Lembre-se de levar todos os adaptadores de pinos possíveis e, se precisar, de um transformador. Não é permitido o uso de ferros de passar roupas, então leve roupas que não amassam ou pague o preço da lavanderia.

Emergência
Sete apitos curtos e um longo é sinal de emergência. Um apito longo é hora de abandonar o navio. Mas calma, há botes e coletes para todos. Preste atenção às instruções de segurança que serão passadas em um breve curso a bordo.

Educação
Apesar dos brasileiros não terem esse hábito, o navio é território estrangeiro. Então, é de bom grado dar gorjetas aos atendentes como camareiras, ajudantes, garçons e mâitres. Lembre-se que eles podem ser bons cúmplices e não te denunciar depois.

Não jogue bitucas de cigarros ao mar, o vento pode trazê-los de volta.

Todos a bordo
Utilize os corrimãos ao se movimentar pois muitas vezes não parece mas o navio balança a todo momento.

Coma e beba com moderação. Isso vai ser crucial na hora do enjôo, que é comum. Em último caso, compre uma pulseira magnética que é tiro e queda, mas ela custa US$ 20. Cuidado com carteira e outros equipamentos. Beba bastante líquido sem álcool para hidratar, use protetor solar fator 60, descanse quando puder e divirta-se.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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