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Tudo Sobre o X Floripa Fashion

Redação Lado A 15 de Setembro, 2008 05h38m

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Resumão do dia 5 (15/03 – sábado)
Último dia de desfiles da X edição do Floripa Fashion. Numa das noites mais movimentadas, o público lotou os lounges e a sala de desfiles.

Bem, termino mais essa cobertura com o desejo de próximas edições mais engajadas no quesito moda. Não vou fazer uma lista de apostas do que usar na próxima estação. O motivo é simples: não teremos no próximo inverno grandes rupturas de moda ou grandes novidades.


Resultado: um inverno de muitas tendências, em que cada um vai escolher o que ficar melhor para o seu estilo. Não vai ser fácil – sabemos que é muito mais prático pegar uma listinha de tendências e sair, feliz da vida, para comprar as duas ou três coisinhas da moda e resolver a vida, do que ter que encarar uma escolha completamente pessoal e montar seu look.


Vai ser muito mais um inverno de estilo pessoal do que de novidades. Eu gosto da idéia. Mas, para que essa conversa não fique tão abstrata, vou tentar listar alguns itens que apareceram em mais de algumas coleções e que podemos, com boa vontade, chamar de tendências:


1. Um forte perfume western
2. Peças de tricô com ponto enorme
3. Variações em torno do cardigã
4. Couro
5. Peles
6. Minipelerines, lenços e xales usados com efeito de capa
7. Golas importantes
8. A eterna volta do preto


Pronto. Estamos, nós, e vocês, com o inverno aparentemente resolvido. Agora só nos resta esperar que ele chegue.
Nós nos encontramos pra voltar a falar de semana de moda e mais um pouquinho de apostas para inverno em abril, na cobertura especial do Crystal Fashion, direto de Curitiba. Até lá!!!



Udesc
No sábado, última noite de Floripa Fashion Donna DC, os formandos do curso de Moda e Estilismo da Udesc apresentaram 13 mini-coleções, que trabalham com a idéia de que é preciso revisitar nossa identidade, hoje plural e transformada.


Com o tema “Expressividades Latinas”, as coleções exploram os diferentes modos de ser, de amar, de lutar e viver, seja pelas vias da estética melodramática ou do realismo fantástico da literatura; pela herança de nossos líderes políticos, pelo traço de nossos artistas plásticos ou pela aura do imaginário mítico de nossos santos e padroeiros.


Os formandos que apresentam as coleções nesta edição são Gabriela Casagrande, Camila Maciel, Danae Dalmedo, Bianca Valente, Tadeu Stangherlin Damo, Paula Consoni, Elaine da Silveira, Louize Mary Piazza, Leah Varella, Glaucia Cechinel, Manuela Vidal, Valeria Chaves e Vania Wolf.
 


Beagle
O inverno da Beagle vai ser, mais uma vez, das sobreposições. A marca catarinense de roupas masculinas mostrou na passarela todos os looks que é capaz de compor sobrepondo: camisa + t-shirt, polo + tshirt, t-shirt + camisa + molenton, anorak + moletom + t-shirt). A grife não inova sua coleção e mantém sua linha com cores super clean., bermuda cáqui, polo, camisa e t-shirt. Os diferenciais ficaram em pequenos detalhes: casacos double face e as estampas de números e escritos fazendo uma referência à conscientização das pessoas.



Em tons de cinza e marrom, a marca aposta também em xadrezes, listras e materiais como lona e couro. Tudo que o homem Beagle gosta.
Inovar pra quê? Pelo visto a fórmula tem dado certo, afinal as coleções, seja inverno ou verão, parecem um eterno repeteco de si mesmo e têm clientela cativa.



Mormaii
A Mormaii fecha a X edição da semana de moda catarinense com um desfile super movimentado. Todos queriam ver Cauã Reymond na passarela e isso parece ter tirado de foco a preocupação com a moda nos looks apresentados. Tudo bem que a grife investe em roupas que primam pelo conforto e atendem a tribo do surfe, mas que dá pra fazer uma coleção mais sofisticada e elegante sem perder o DNA da marca, isso daria. A carioca Osklen é prova irrefutável disso.

Além das roupas de neoprene, marca registrada no trabalho da Mormaii, surgem bermudas, camisetas, parkas, blazers e jaquetas com capuz para os homens. Nos looks femininos, vestidinhos, mini-saias e casaquinhos de moletom, que facilitam os movimentos para o dia-a-dia.
O que eram as patas de bode que as meninas usavam nos pés, em versões botas, tamancos e sandálias? Aff, é melhor não comentar!!!!!


Resumão do dia 5 (15/03 – sábado)


Wake Up Fashion
O Wake Up Fashion é um projeto revela novos talentos da moda catarinense. Ilma Godoy, Marcus Soon e Paulo Valle são jovens estilistas e foram convidados para abrir a penúltima noite de desfiles do Floripa Fashion Donna DC outono/inverno 2008.

Numa coleção que desenvolveu, com exclusividade, para a nova grife Barbarella, Ilma apresenta looks que têm como inspiração, o glamour retrô hollywoodiano: os musicais da década de 30 e as roupas dos diretores e das divas do cinema noir da década de 40.


Marcus tem uma marca própria e traz sua coleção para o inverno 2008. Batizada de Baloon, explora os caminhos ligados ao universo do balonismo, a volumetria dos infláveis e os ícones que nos remetem a uma sensação de ar, liberdade, natureza e sonho.


Já Paulo elegeu os quatro elementos da natureza – terra, fogo, ar e água – como ícones ao criar sua coleção. O jovem estilista utilizou cores que despertam e confundem. Listrado mistura-se com xadrez, tecidos furta-cor brilham e brincam com peças estampadas e transparentes. A identidade principal de Paulo são peças estampadas à mão. Até uma releitura do kilt escocês apareceu para os homens na passarela. Isso sem falar na galochas, tendência fortíssimas para o inverno 2008, que fizeram um inteligente contraponto entre delicadeza e robustez.

Katoomba
É verdade que o futurismo foi tendência forte das últimas estações. E a grife Katoomba aproveita deste conceito ao apresentar uma coleção num clima à la Jetsons. Cores mais sóbrias surgem em tons de preto, cinza, violeta, verde e azul, e se misturam ao brilho dos paetês e aos tons metálicos dos tecidos e estampas, remetendo a armaduras e artefatos de proteção.

Os looks: calças skinny, super justas, em tecidos metalizados e com a cintura marcada, blusas justinhas, com exceção das parkas e moletons, que aparecem em tafetá discretamente acetinado. As parkas são acinturadas e com volume nos quadris, como se tivessem uma armação por baixo.


Os acessórios tentam enriquecer os looks, com destaque para as bolsas em vinil e cetim. A grife aposta em combinações para  meninas que adoram uma balada e abusar da sensualidade ao se vestir. Mas é preciso ter cuidado, sensualidade às vezes pode beirar à vulgaridade. Imagine sua melhor amiga se jogando na pista de legging prata e bota plataforma, ia ser no mínimo futuristicamente estranho!!!



Redley
A Redley fechou a quarta noite de desfiles do Floripa Fashion com uma coleção que misturava a looks apresentados no Fashion Rio e peças comerciais, numa apresentação impecável. A marca carioca aposta na identidade como palavra-chave. A afirmação desta identidade própria remete imediatamente à busca de uma identidade coletiva, que resulta numa coleção inspirada na indumentária militar e nos uniformes esportivos: calças utilitárias, jaquetas desestruturadas, botas e fivelas aproximam o visual de homens e mulheres. A grife carioca investe ainda nos maxitricôs com trançados aplicados, muitos vestidos com pregas e casacos dupla face.


Grandes cachecóis e coturnos pesados invadem a passarela repleta de xadrezes, listras e prints de bromélias. As estampas estão por toda parte em calças, blusas, vestidos e shorts.


Tons em beje, preto e cinza com pontos iluminados em vermelho melancia, azul piscina, azul royal, roxo e rosa fazem a estação um pouco mais colorida em contraponto com as peças mais pesadas da coleção. Para esse inverno, eu quero mais é ser menino do Rio.




RESUMÃO DO DIA 03 (13/03 quinta-feira)


Cadê os fashionistas???? Nem sinal deles pelos lounges e corredores do evento, o que se vê por aqui é um público mais conservador e nada ligado ao universo da moda. As pessoas aparecem para verem e serem vistas.


O terceiro dia de Floripa Fashion foi menos forte que o de ontem: o ponto alto foi a coleção da DTA, que fez uma mistura do desfile conceito apresentado no Fashion Rio e peças mais comerciais. Desfilaram também as catarinenes N´Luzzi, Damyller e Boby Blues. Se a moda apresentada nas grandes semanas nacionais foi mais ousada, a que vimos hoje, pode ser tudo, menos inovadora. A explicação não é complicada. O perfil das empresas que desfilam em Santa Catarina não é muito mais variado; temos as pequenas indústrias, sem falar nas “jeanseiras” mostrando tudo que são capazes de criar com o denim .


O que tem se visto na passarela é que a cintura não subiu ou desceu dramaticamente, as saias estão permissivas e se apresentam em todos os comprimentos (das minigodês às lápis pelo joelho), as calças vão ser justinhas ou largas… Ou seja: nada de novo. A verdade é que, dado o fato de que nem em São Paulo e no Rio o inverno veio com grandes transformações, aqui o resultado foi que cada confecção voltou seus olhos para as tendências mostradas nas grandes semanas de moda (nacionais e internacionais), tirou de lá o que tinha de mais essencial, o que correspondia ao famoso DNA da marca e o editou.


Essa mistura faz com que uma moda menos diversificada apareça nas passarelas catarinenses – para o bem e para o mal. Em vez de termos uma sucessão de apresentações de moda mais ou menos boas (ou ruins) temos boas, ruins, péssimas, ótimas.



N´Luzzi

Inspirada no dia-a-dia da mulher urbana, a N’luzzi apresenta sua coleção Any Time para outono-inverno. A proposta é ter sempre a peça certa para a mulher contemporânea, em qualquer momento do dia ou da noite.

As cores mais sóbrias, como o marrom, o cinza e o osso, chegam às passarelas acompanhadas do glamour do prata e do sempre usual preto e branco. Cinturas bem marcadas aparecem na coleção, evidenciando a feminilidade e em contraste com coletes e terninhos. A camisaria entra no conceito realçando o lado masculino da mulher moderna.

Sem grandes surpresas, a grife não inova em propostas e traz uma coleção fraca e sem graça.

DTA
O desfile da DTA vem cheio de formas e muito movimento. Numa mistura de peças conceito e comercial a grife mineira, que na coleção passada teve a botânica como inspiração, para o inverno 2008 resolve abordar outro tema que não deixa de ser um tanto orgânico: o universo da dança e os seus movimentos.

A coleção brinca com as formas, misturando referências do ballet, rock e break. É o mix de estilos na passarela que resulta em peças de malha, algodão e moletons, em tons neutros com transição de pontos iluminados, como laranja e rosa. Camisões com escritos musicais e os lenços no pescoço são o charme coleção. As estampas vão do xadrez aos geométicos. Além do chiffon, a DTA também usou muita malha, lã fina, veludo e jeans.

Bordados com paetês foscos e canutilhos brilhantes, os vestidos aparecem ultraleves. Trench-coats em algodão ou nylon ecasacos e
jaquetas de moletom estampados criam um contraponto interessante.


Damyller
A Damyller apresenta uma coleção inspirada em guerreiros que buscam a igualdade. Em sua segunda participação no Floripa Fashion a marca catarinense começa a mostrar um trabalho mais primoroso do departamento de criação. Com inspiração em guerreiras urbanas a grife mantem seu trabalho com o jeanswear, mas de maneira inusitada. Além do denim aparecem ainda o tafetá, lã, tricoline e o cetim.


O homem e a mulher dividem o espaço sem perder sua essência e essa atitude é também percebida nas roupas. Democráticas, as peças aparecem com cintura marcada e mangas amplas, ou ainda a calça skinny dividindo espaço com a pantalona. A alfaiataria também está presente, assim como as peças curtas e o xadrez. As jaquetas surgem estruturadas, volumosas e com golas amplas. Lindo o maxicachecol tricotado do primeiro look.


O jeans da Damyller ainda não tem a cintura lá em cima, tendência forte para os próximos meses. Pode-se dizer que são peças de transição para quem ainda não tem coragem de se arriscar na cintura alta. A marca também propõe a volta da pantalona para este inverno e a velha cigarrete. Os looks masculinos trazem o jeans mais comportado e ajustado ao corpo. Nos acessórios, o forte da Damyller foram os lenços tanto para eles como para elas, além dos colares e pulseiras grandes e geométricas.



Boby Blues
A Boby Blues segue seu caminho numa moda para garotas despojadas e encerra a terceira noite de desfiles. A grife catarinense foi buscar na cultura tibetana elementos que pudessem criar um contraponto com o caos virtual e urbano que estamos vivendo. Do Tibet vêm as estampas étnicas, cores fortes e elementos que remetem a festas folclóricas. Para o avanço digital, estampas pixeladas e muitos tecidos tecnológicos: jérsey com gel, cotton metalizado, chiffon encerado. Dessa união surge uma cartela de cores em tons de rosa, roxo, vermelho, cinza e preto.


Para o inverno 2008 a marca catarinense aposta em parkas, mangas bufantes, modelagens ovais e evasês para os vestidos, que são curtos e ganham casacos pesados por cima para se aquecer do frio. Pantalonas, boca de sino e as já tradicionais skinnys são a aposta para o jeans.



RESUMÃO DO DIA 2 (12/03 – quarta-feira)


A segunda noite de desfiles da X edição do Floripa Fashion veio recheada de tendências para o inverno 2008. Desfilaram Carlota Costa, Carmurana, Triton (estreantes no evento) e TNG. As duas marcas catarinenses mostraram coleções comerciais, mas interessantes. As paulistanas TNG e Triton fizeram um repeteco de seus desfiles do Fashion Rio e SPFW.  O público lota as salas de desfiles e os lounges dos patrocinadores, destaque para o espaço da Confraria das Artes que reúne modelos, celebridades, vips, gays e fashionistas ao som do dj Mike….tudo regado a muito espumante. Marcelo Fagundes e Kenia Costa, produtores do Floripa Fashion, acertam mais uma vez em cheio na organização.



Carlota Costa
A grife Carlota Costa, de Sombrio, estréia na segunda noite do X Floripa Fashion mostrando coleção inspirada na Idade Média. Elementos como cintura alta ou marcada por cintos largos e corpetes lembram os modelos das princesas medievais.


Com um desfile comercial, porém ousado, a grife apresentou tecidos leves, golas marcadas e muitos laços. Cinza, preto e roxo são as cores predominantes com detalhes em paetê, inclusive para o dia.
A cartela de cores é básica e clássica, em tons de cinza, branco e preto. As blusas e vestidos em malharia tem modelagem mais solta e as calças e saias com volume ganham rigidez com a lã xadrez. Peças estruturadas e com aplicações de paetês ou tachas lembram as armaduras dos cavaleiros.


Carmurana
A marca Carmurana, estreante nesta edição do Floripa Fashion, mostrou uma moda para mulheres maduras. A grife buscou inspiração em três grandes cidades: Londres, Moscou e Nova York. Na passarela, muita pele, casacos pesados, xadrez e brilho, em tecidos metalizados e silkados que representam a influência das grandes metrópoles.


Moscou apareceu nas luvas, toucas e casacos mais pesados. Tudo em lã e peles. Já Londres inspirou os casacos estilo militar com botões enormes e tons em verde, além do xadrez. Nova York colaborou com muito brilho na coleção.


Os comprimentos curtos de shorts e saias justas fazem contraponto a blusas de shapes mais soltos. Tons discretos como bege, branco, preto e marrom são quebrados por azuis, vermelhos e dourados, que também aparecem em grandes botões nas peças.


A lã espinha de peixe e o jérsey foram outros tecidos que apareceram na coleção.


TNG
A coleção de Tito Bessa, que este ano recebeu um upgrade no streetwear da TNG pelas mãos sábias da ultraeditora de moda Regina Guerreiro, deixou o inverno alegre e divertido com a cartela de cores em azul, verde e amarelo.


Macacões de fórmula 1 invadem a passarela, com as devidas proteções para quem quiser se aventurar em altas velocidades, pois luvas e capacetes não faltaram para compor os looks. Ainda tiveram as jaquetas perfecto de motoqueiro, lindas e com recortes nada convencionais.


O tailleur ganhou um abotoamento tortinho, o colete tem abotoamento duplo, o terno vem com modelagem mais ampla e é de veludo vinho, a calça Aladim (que tem aparecido em vários desfiles cariocas, bufante com a boca ajustada) é cinza clara e traz pregas (fina!). Profusão de zíperes, aposta no tricô (outra tendência do Fashion Rio) e transparências também acrescentam e enriquecem os looks da marca.


A infiltração de peças masculinas no guarda-roupa das mulheres, característica marcante de Regina, não vem em pegada smoking ou fraque, o que deixa tudo bem mais fresco – caso contrário, ficaria com cara de “tendência de ontem”. Teve até espaço para loucura fashion com modelo de macacão justérrimo carregando bolsas coloridas de vinil e usando um sapato de cada cor!

Triton
A Triton para o inverno 2008 está mais irreverente do que nunca. A coleção “Back to School” meio Chanel meio college com ares aristocráticos britânicos e franceses, todavia profundamente streetwear. A cena é de University Campus com jeito retrô-elegante. Romantismo, rebeldia, glamour, fetichismo e extravagância se diluem na cartela de cores, nas modelagens e estampas.


A marca vem renovada, olhando para sua própria história. Sabe de onde vem e para onde vai, volta às origens olhando para o futuro. A estilista Karen Fuke consegue deixar sua personalidade impregnada nas peças, sem que se perca o DNA da grife de Tufi Duek.  Toda essa busca termina em looks que são puro charme: jaquetinha de couro, cardigã, argyle (aquele xadrez diagonal com losangos), camisa à la smoking com punhos falsos, saia cascata e shortinho bufante de veludo italiano.


Adicione a isso tudo um forte styling, com lenço, óculos e gravata fininha, meia 3/4, boina tricotada e luvas. O resultado é inevitável, clássico com atitude e moderno chique. O trabalho que Karen vem desenvolvendo prova que Tufi e Triton estão em boas mãos!


 


RESUMÃO DO DIA 1 (11/03 – terça-feira)


Retook
Foi dada a largada de mais uma edição do Floripa Fashion Donna DC. A 10ª edição da semana de moda catarinense começou ontem a noite com o desfile da paranaense Retook. Com inspiração no Can-Can francês, a grife traz referências da “cidade luz” para a coleção de inverno. O jeans, carro chefe da marca, veio em diversas padronagens, mas o skinny continua a reinar absoluto. O diferencial ficou por conta das lavagens e trabalhos em cima do denim, que ganha muita aplicações. Já as cinturas, não estão nem altas e nem baixas demais – na medida certa! Algumas calças até ensaiam uma boca mais larga, porém nada de grandes ousadias. Os casacos de lã, pesados, com modelagem ampla vão aquecer o frio do inverno para elas. Para eles, sobreposições em t-shirts, moletons e camisaria.
 
Se Paris é uma festa, a Retook fez da composição do styling um grande baile, mas de carnaval – a mistura de lenços de cetim, caldas de tule e adereços prateados na cabeça acabaram deixando os looks com cara de fantasia. O ator Rodrigo Hilbert, capa da próxima edição da revista DOM e que participaria do desfile, não conseguiu chegar a tempo, em decorrência de problemas na companhia aérea.


Puramania
Ao som de Björk, a Puramania apresentou seu inverno inspirado no caos do fim do mundo. Num dos melhores desfiles da noite, a grife mostrou tudo que é capaz de fazer com o jeans – seja nas lavagens, cortes, modelagens e aplicações. Looks amplos na parte de cima (golas e ombros) e justos na parte de baixo (calças skinny), lembram armaduras de cavaleiros do futuro, como na clássica triologia Mad Max, que lançou Mel Gibson ao estrelato. Mas não é só no denim que a marca investe. Casaquetos, coletes, vestidos, parkas e até uma calça johdpur surgem em tecidos nobres (seda, couro e organza) e tecnológicos. As meninas ganham cintura marcada, enquanto os cortes de alfaiataria aparecem para os homens; tudo numa cartela de cores que traz tons de preto, cinza e roxo. Se as peças estão interessantes, o trabalho do stylist Robson Schultz na construção da imagem conceito do homem apocalíptico, que a grife apresenta, é impecável. Que venham as próximas coleções!


Von Dutch
A grife americana Von Dutch fez em Florianópolis o primeiro desfile da marca no Brasil. A expectativa para a estréia da grife lotou em poucos minutos a sala de desfiles e gerou até empurra-empurra. Com um mix das três coleções, a marca levou às passarelas do Floripa Fashion toda a atmosfera “garage” da Von Dutch Internacional. O desfile transformou a passarela em uma vitrine para as peças, destacando o estilo vintage característico da marca. A grife segue o conceito americano e aplica nuances tupiniquins, sob o comando da estilista Miki Inoue.


O jeans não veio básico. Tinha detalhes nos bolsos, cortes diferenciados, zíperes e um estilo militar, com abotoaduras e pets. Os tecidos eram texturizados: matelassê, canelado, plissado. E apareceram também o xadrez e o camuflado. Os vestidos para o inverno continuam curtos. Para acompanhar, a grife aposta nos sapatos estilo romano, aquela “sandália-bota”, forte tendência da próxima estação.


Colcci
A Colcci dá a volta ao mundo em alguns minutos. Num condesado do desfile apresentado no Fashion Rio, a grife catarinense apresenta looks com inspiração na velocidade do mundo virtual. A coleção intitulada “A La Carte”, criada pela estilista Jéssica Lengyel, brinca com os desejos e as materializações instantâneas, em peças com muitos trabalhos amassados, deixando as roupas com cara de como se tivessem sido tiradas da mala.


É nesse desejo que a Colcci traz referências de diferentes lugares. Estampas inspiradas em Amsterdã e Berlim, xadrezes escoceses, grafismos americanos, golas e boinas de pêlo. Na segunda parte do desfile, os looks ganham uma cara de rock glamour e vêm com muitos tecidos tecnológicos e metalizados, tudo com perfume anos 80.


Nada de arena gigantesca nem palco giratório, desenvolvidos pelo cenógrafo Carlos Pazetto lá no Rio, na semana de moda de Florianópolis a passerela é branca, como nas salas de desfiles tradicionais. Se a coleção que parecia, no mínimo ousada, perante a mega-estrutura, por aqui sem o magnetismo da über Gisele Bündchen, ela fica muito comprometida.


Ao que parece, a combinação Gisele + streetwear sexy tem dado muito certo e promete ir longe. A modelo já assinou contrato com a grife para desfilar a temporada de verão em julho deste ano. Quem somos nós para opinar, mas, que tal repartir a verba da top com investimentos em estilo? Possivelmente os resultados seriam um pouco mais satisfatórios.


Gata Bakana
Num clima de festa e diversão, a Gata Bakana colocou na passarela looks para garotas que estão sempre dispostas a se aventurar pelas baladas. O streetwear sexy nos comprimentos curtinhos, brilho e tons metalizados foram constantes e para o inverno 2008 a grife mergulha no futurismo. Mais uma vez um choque informações é feito, em que referências dos anos 20 até os 80 se misturam num casamento nada harmonioso. Modelagem ampla, jeans, vestido de vinil, boleros, ponchos, shorts, casacões e sobreposições…nossa dá até um nó na cabeça! Isso sem falar na cartela de cores que é super forte e faz contrastes entre preto, amarelo e prata.
 
Legal são as estampas que remetem ao new wave e popart. Pois é como diz o velho ditado “menos às vezes é mais”.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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