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Lançamento do modelo Gay 2009 – em uma boate perto de você

Redação Lado A 19 de Novembro, 2008 02h57m

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Um amigo ficou chocado quando um menino de uns 15 anos, com uniforme de escola, o paquerou com uma piscadinha em uma esquina movimentada. Ele queria correr atrás do moleque e mandar ele ser menos abusado (risos).

Já percebeu como a nova geração de gays está evoluída? Anualmente, vários meninos gays invadem a internet, bares e boates gays e impressionam cada vez mais por saírem mais cedo do armário, falarem e fazerem sexo, sem medos ou neuras, e por até se jogarem mais na paquera. Se fôssemos carros ou computadores, quais acessórios viriam nestes novos modelos? Vamos brincar com isso, abaixo, modelos de gays, com data de estréia nas boates.

Acessórios do gay modelo 2009
Ele tem GPS embutido que faz encontrar uma boate em qualquer cidade e achar o banheirão mais próximo. Raramente se perde. Já vem com o chip do armário liberado. Também não sente dor na primeira transa e vem totalmente flex, nem sabe o que é ativo ou passivo. O gaydar dele detecta outro gay, ou gay em potencial, à distância, até por Orkut. Capacidade extra de fingir não saber de nada e de paquerar em plena luz do dia. Carão de fábrica, mas o sorriso também. Vem com detector de chuva e de vibe para baladas. Também tem celular e wi-fi acoplado.  É auto-limpante, sem necessidade de fazer a chuca. Sistema operacional roda em MAC OS e vem com ipod. Capacidade telepática. O bagageiro com capacidade extra. Todos os itens das outras versões já vêm de fábrica, basta ativar. Exclusivo sistema de reconhecimento digital e de voz que facilita a vida no darkroom, mas eles preferem a internet. Airbags traseiros e detector de michês e oportunistas em teste. Vem com trava para que ele não vire dragqueen e um adesivo de “não remover”. Entradas usb e hdmi. Quando morrem viram painel de lcd, porque purpurina, laser, led e plasma são coisas do passado.

Gays da antiguidade
Eram nascidos filósofos e não tinham grandes problemas com o resto da população. Sabiam se guiar pelas estrelas, o que ajudava naquela pegação no bosque.

Gays do século XIX
Eles vinham com senso estético apurado e grande propensão à genialidade, a arte era uma forma de se destacar. Eram talentosos para o desenho, pintura e outras expressões de arte. Antes da revolução industrial faziam fortunas como artesãos.

Gays do início do século XX
Começaram a vir com gaydar e com propensão à poesia e literatura. Foram grandes questionadores e começaram a se destacar na moda. Os mais teimosos morreram antes, nas fogueiras da Idade Média, os mais espertos concordavam que a Terra não era redonda.

Gays da década de 60
Vinham com gaydar aguçado e sabiam detectar a presença de policiais. Até esta década vinham com trava que não os deixava soltar a franga.

Década de 70
Capacidade de dançar disco melhor que os outros, quadril mais móvel. Gaydar automático, língua afiada. Kit Chuca embutido. Estreou o botão de pânico, se apertado ele virava bofe na hora para ninguém desconfiar. Adoram cantar e brigar. Desenvolveram o humor e a capacidade de ser drag queen. Tendência depressiva. Só aceitam combustíveis naturais.

Anos 80
Vinham com camisinha de fábrica. A potência do motor sexual aumentou, o gaydar virou digital, instalaram o DOS mas a tela era verde, um pouco brega. Vieram em versão esportiva e outras com talento para cortar cabelos e ser estilista de moda. Um dispositivo ajuda a saírem do armário e a ir morar na capital, depois de certa idade. Adoram pop e bate-cabelo. Cabem em qualquer vaga e vêm nas mais variadas cores. Vinham com BBS e fax.

Anos 90
Os gays dos anos 90 adoram paradas, raves, idolatram ícones e vieram com carão de fábrica. Ideais para trabalharem nos shoppings. Equipados com reboque, adoram namorar. Versão adventure para escapadas rurais e também em cores fluorescentes. Tradutor bajubá-portugues-inglês. Visão noturna e detector de ativo-passivo, que veio com defeito de fábrica e causa grande confusão, tudo culpa do sistema operacional da Microsoft instalado no computador de bordo desses modelos. Porta-copos e aceita aditivos sintéticos. ICQ e IRC instalados, internet discada. O excesso de faróis faz com que chamem muita atenção na noite. Opcional, buzina que toca Cher.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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