Mudar é bom

Quase sempre nos acomodamos em diferentes aspectos de nossa vida. Seja nos relacionamentos, nos fornecedores, ou mesmo em aceitar aquela cor de parede que achamos horrível. Conformamos-nos com o aumento da passagem do ônibus, a subida da gasolina, com o preconceito, com aquele parente chato que “suportamos”, mais por preocupação de se incomodar do que por bondade interior.

A mudança faz parte da evolução, desde que o homem resolveu usar o seu polegar opositor até quando inventou a roda, o computador. E cada mudança traz nova fase de conformismo que só parte para uma nova descoberta quando este conformismo é desafiado. Temos medo do desconhecido, temos este sentimento irracional de evitar estar sem o controle por mais que vivamos sempre longe dele ou com a falsa impressão de estarmos no comando.

A surpresa da mudança pode ser gratificante. Trocar aquele fornecedor ruim pode trazer economia, qualidade e novos contatos. Mudar a cor da parede refresca o ambiente. Nada melhor do que o sentimento vencedor de ter enfrentado o medo e ter feito a escolha certa. Não devemos ter medo de mudar, de provocar a mudança, de dar esperança ao novo.

Devemos mudar quando estamos cansados de reclamar e perceber que a situação poderia ser diferente. Que o presente incomoda e que é possível que o novo agrade mais. Pondere os prós e contras e veja se vale a pena. Não tenha medo de se jogar no que parece desconhecido pois sempre há a chance de se voltar atrás, já o passo à frente só pode ser dado quando aparecem as oportunidades, saiba aproveitá-las.

O assunto veio à tona quando a Lado A trocou de gráfica depois de 24 edições. Tínhamos verdadeiro pavor de sair de uma das mais conceituadas e caras gráficas. Enfrentamos o tal medo e o resultado foi surpreendente. Nunca tivemos uma edição tão bonita. Enquanto, nas 24 edições anteriores, sempre achávamos algum defeito, essa, pelo menos na parte da impressão, ficou perfeita. E ainda conseguimos economizar. Agora vamos mudar de serviço de internet, telefone, banco, e assim procurar novos parceiros e fornecedores.

Devemos aprender com a mudança, esquecer os medos e partir em busca da nossa felicidade. Mudar faz bem, traz novos ares e inspirações. Quando a raça humana abandonou a África rumo ao desconhecido, evoluiu, se transformou, cresceu. Se um grupo não desbravasse o desconhecido, certamente seríamos comunidades tribais patriarcais, com homens afeminados eunucos fazendo o trabalho das mulheres. Hoje, a raça humana está em todos os continentes, já foi ao espaço, enriqueceu sua cultura e desenvolveu a ciência, desafiou suas crenças e evolui a cada dia. Tudo isso começou em um simples passo, a mudança.