Arquivo

DJ Ale Bittencourt em super entrevista

Redação Lado A 12 de Março, 2009 21h20m

COMPARTILHAR


Alencar Bittencourt, o DJ Ale Bittencourt, 29 anos, natural de Joaçaba-SC, toca profissionalmente desde 2006 e já passou por todos os grandes clubes da Curitiba, sempre se apresentando com muita energia e um som que agrada os curitibanos. Sua primeira apresentação para o grande público aconteceu na Concorde Club, em Florianópolis, no Reveillon de 2006/2007 e foi um sucesso. De lá para cá, tem feito suas apresentações Brasil afora e consolidou-se como um dos DJ nacionais de sucesso no exterior.

Sua primeira apresentação em Buenos Aires aconteceu no maior clube local, o “Alsina”, pela Sereias Music, que já tinha levado ao país portenho nomes como Patrícia Tribal, João Neto, Marcus Vinícius e Ana Paula. O público ficou encantado com o som de Ale, que voltou por cinco vezes à capital portenha para apresentar-se. Em 2008, foi convidado a representar o Brasil em um dos maiores festivais da cena internacional, o Diverscité, em Montreal, no Canadá. Ale apresentou-se ao ar livre e no famoso club UNITY, que recebe freqüentemente os maiores nomes da cena mundial.

Isso tudo sem falar que ele foi um dos indicados ao prêmio Dj Sounds Awards 2008 e concilia todo seu sucesso nas pistas com sua vida de médico anestesiologista.

“Hoje, todos têm acesso a peças incríveis, que podem se adquiridas via cartão de crédito, no entanto, muitos profissionais preferem adquiri-las via programas que as oferecem sem nenhum custo. Não acho uma atitude correta. Os site de vendas estão aí para serem usados.”

Leia a entrevista exclusiva com o DJ Ale Bittencourt:

O que despertou essa paixão pela discotecagem?
A paixão pela discotecagem veio naturalmente. Quando optei por estudar para fazer minha especialização em medicina, abandonei minha banda (Heya!, antigo Metralhas) e comecei a procurar algo que pudesse fazer música em minhas horas vagas. Um flyer da AIMEC (Academia Internacinal de Música Eletrônica de Curitiba), chegou às minhas mãos e fui me inscrever, pois naquele momento já estava curtindo house e suas vertentes.

Quais são suas influências dentro da cena eletrônica? Você se espelha em algum DJ? Como você descreve o seu estilo?
Meu estilo é house-music, com forte influência no tribal. Iniciei minhas pesquisas pelo tribal espanhol e acabei me apaixonando pelo tribal feito nos EUA. Hoje sou aficcionado pelo tribal brasileiro. Quando toquei no Canadá ouvi de um grande DJ local que “O Brasil ainda mantém o tribal vivo no mundo”. Sou muito orgulhoso em levantar essa bandeira, pois acredito que em breve nossas produções vão ser equiparadas às americanas e às européias. Para mim, o melhor DJ do mundo é, sem dúvida, o americano DJ Abel. Na cena nacional, muitos se destacam, mas Ana Paula me convence de que alinhar-se ao exterior é possível.

Você já tocou ao lado de grandes DJ´s da cena internacional e nacional. Recentemente você se apresentou com a dupla CHUS & CEBALLOS, como foi tocar com eles?
Sempre disse, desde meu início, que tenho três grandes influências: DJ Fist (Colômbia), DJ Paulo (EUA) e DJs Chus & Ceballos (Espanha). Pela segunda vez, tive a oportunidade de ser chamado pelo produtor paulista Rodrigo Zanardi (Flex, E.Joy) para compor o line-up junto à dupla espanhola. Foi incrível. Eles já me conheciam e foi fácil preparar a galera para recebê-los. Eles entraram com Prodigy, numa atitude profissional de “hey, chegamos pra abalar”… e foram assim do início ao fim, simpáticos como de costume, chiques do início ao fim. Mostraram o atual IBERICAN SOUND (estilo dos quais são criadores) até mesmo Offer Nissim, provando que são mesmo incríveis “party-DJs”.

Como escolhe as músicas para uma apresentação? Quando toca fora do Brasil (Montreal, Buenos Aires) o teu set muda? Como é tocar fora do país?
O set muda sim. Na argentina, podemos abusar um pouco do progressivo (vale lembrar que na argentina, esse estilo é muito apreciado). Grandes DJs argentinos como Danny Howels, Aldo Aydar, Shostak, Troncoso e outros, abusam do progressivo e a galera aceita. Quando DJs brasileiros vão à Argentina, tudo muda, eles adoram nosso estilo mais descolado e menos retilíneo. Foi assim nas noites em que toquei no club “Alsina” e nas pool parties do hotel “Axel”. Sucesso mesmo.

No Canadá, fui com um propósito: divulgar a música brasileira. Foi assim que aconteceu no festival Diverscité, em que toquei em uma praça em Montréal juntamente com Rafael Calvente e Ana Paula. À noite, no clube Unity, fiz meu som, house de qualidade, claro, sempre remetendo-me ao tribal feito no Brasil.

O que você pensa da cena Curitibana? O público de Curitiba é difícil mesmo?
O público curitibano é muito tranqüilo. Iniciei tocando um som diferente, um som que não existia em Curitiba, e fui criando adeptos. Depois de mim, muita gente boa veio tocando e muitos outros bons profissionais já existiam, como Roger Maia. O povo curitibano aceita coisa boa. O que vemos hoje é uma corrente DJs querendo acompanhar o que se toca nas rádios, na minha opinião, isso é errado. Temos sim obrigação de termos uma visão comercial, no entanto, não devemos abandonar nossas raízes em prol de uma falsa cultura. Temos sim que impor, o house que se atualiza a cada instante e não são as rádios que ditam essa mudança.

Como é conciliar a profissão de médico e DJ? Existe algo em comum entre elas?
Existe muito em comum em ser médico e ser DJ. Na minha especialidade (anestesiologia), trabalho com o ser humano no seu indivíduo, um ser humano preocupado com sua própria saúde, com medos e dúvidas. Como DJ, trabalho com o ser humano no seu coletivo, que está em busca do bem estar. Procuro beneficiar a ambos, com a segurança de que sairão bem, ao final da noite ou ao final de uma cirurgia. Isso faz com que eu cresça profissionalmente em ambas as áreas.

Qual foi o seu maior pesadelo tocando? Algo te irrita quando está se apresentando?
Não tive muitos apuros ao longo da minha carreira. Fico irritado sim quando alguém tenta interferir no meu set, tanto na questão de volume e equalização quanto na questão do repertório. Acho que quando a casa contrata um artista, ela está ciente do que pode acontecer, deve-se contornar a situação com classe e responsabilidade com seu público.

Com a internet é fácil juntar um  vasto repertório e tocar na noite. Todo mundo quer ser DJ. Qual é o diferencial de um bom profissional?
O diferencial não é fácil de atingir, mas é possível. Hoje, todos têm acesso a peças incríveis, que podem se adquiridas via cartão de crédito, no entanto, muitos profissionais preferem adquiri-las via programas que as oferecem sem nenhum custo. Não acho uma atitude correta. Os site de vendas estão aí para serem usados. Outro diferencial que o DJ dispõe são seus contatos, que enviam conteúdos exclusivos, ou o próprio DJ produz músicas que fazem a diferença no seu set.

Como é o dia-a-dia do Alencar? O que você escuta em casa? Qual é o seu passatempo predileto?
O Alencar tem momentos. Em casa, meu passatempo predileto é pesquisar músicas, portanto, o que impera é house-music. Já no caminho para o trabalho ou em viagens, no carro do DJ, impera o rock and roll. Especialmente a 91,3 Radio Rock, que é uma constante dentro da cidade. Fora dela, Beatles, Rolling Stones e Deep Purple estão entre as bandas que fazem o som no meu MP3 Player. No meu Ipod, estão clássicos do house e da MPB, enfim, escuto de tudo.

Quais são os teus projetos futuros? Produção musical e novas parcerias?
Produção musical está, sem dúvida, entre meus projetos. Uma parceria importante já se iniciou com o DJ Alex Dubbing, o projeto BITTING, e juntos já remixamos Sanno Solavas – Sexy People, um grande sucesso de 2008. Outros remixes e produções originais devem sair dessa parceria ao longo do ano, até que seu DJ Ale Bittencourt siga seu próprio caminho.



TOP 10 –  Mar 2009
Sanno Solavas – Sexy People 2009 (Bitting)
Cezar Murillo – Bailar (mixes)
Rihanna – Rehab (Alex Dubbing)
Kate Perry – Hot´n Cold (Leo Master)
Bob Sinclair – New New New (mixes)
Daddy San – Brasileiro (Original mix)
Wally Lopez – Burning Inside (Sound Systems)
Beyoncé – Halo (Alexander & Mark)
Deborah Cox – Beautiful U R (Ynon)
Miguel Alanis – Work (Stereo Butchers)



Contato: www.myspace.com/djalebittencourt
 
O link para download do último set do DJ ale Bittencourt “Sunrise vol. III” é: http://www.mediafire.com/download.php?tnnigjwwnwg

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

COMPARTILHAR


COMENTÁRIOS