Resolução do CFP que proíbe tratar homossexualidade como doença no Brasil completa 10

Nesta semana, uma resolução polêmica do CFP (Conselho Federal de Psicologia) que proíbe que os psicólogos brasileiros tratem a homossexualidade como um problema de saúde completa 10 anos. Esta resolução foi criada em 22 de março de 1999 e tem como base tratar a homossexualidade como uma experiência humana e não uma doença patológica. Em 1992, a homossexualidade deixou a lista de enfermidades da Organização Mundial da Saúde. Para Humberto Cota Verona, Presidente da CFP, esta medida fez com que fosse aberto o debate em relação a este tema. Humberto acredita ainda que a resolução criada há 10 anos atrás serviu para que a discussão sobre a orientação sexual de cada pessoa estivesse sempre presente.

 Apesar de todos os ganhos somados até hoje, o Presidente do CFP pensa que muita coisa ainda deve ser mudada, e ainda há muito que se fazer com relação a discriminação. Opinião esta que é compartilhada pela doutora Renata Oliveira, que atua como psicóloga já há dois anos e meio. Para ela são muitas as formas de preconceito, e as mesmas se atualizam todos os dias. “É importante atitudes como esta da resolução, pois somente assim pode se combater o preconceito e discriminação”, afirma.

A doutora Renata já atua em um trabalho similar na cidade de Porto Alegre, onde estudantes de psicologia e direito criam oficinas e ampliam de uma forma geral o tema “violência doméstica”. A própria psicóloga já disse ter atendido casos de violência doméstica contra a mulher, e vê igualdade quando o assunto é preconceito, seja homem, mulher ou criança. “Este projeto tem como prioridade atender casos de pessoas que sofrem por algum tipo de preconceito ou violência, atua na “construção de gêneros” de cada pessoa, atuando diretamente nas famílias”, enfatiza.

O preconceito é visto de todas as formas. A psicologia tem ajudado inúmeras pessoas que sofrem deste problema chamado discriminação. Mais do que uma questão clínica, o preconceito é uma questão social. Precisamos mudar urgentemente a atitude das pessoas que encaram a homossexualidade como sendo uma doença. Corrigir padrões pré-estabelecidos já é um começo. É uma questão moral.