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Bluejacking – A tecnologia a favor do prazer

Redação Lado A 27 de Maio, 2009 21h15m

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Por Vagner Rossoni

A tecnologia dos celulares está cada vez mais moderna e suas formas práticas de comunicação, como por exemplo, a do Bluetooth, que basta você acionar em seu navegador um “nickname” e pronto, já podem, quem sabe, ajudar a encontrar o parceiro para toda vida ou simplesmente uma tarde de curtição.


Nickname, para aqueles que não sabem, é uma designação de nome não-oficial, geralmente informal, para definir uma pessoa, objeto ou lugar, hoje em dia é muito utilizado em chats (salas de bate-papo) é um nome virtual, apelido, na tradução literal. 


A facilidade de se encontrar alguém seja num parque, metrô, ônibus ou até numa balada, ou seja, em qualquer lugar, tendo a tecnologia disponível em seu aparelho, é o mais novo tipo de azaração. Novo por aqui, porque já é bem conhecida lá fora, em outros países. Mas cuidado para não deixar seu Bluetooth ativado com próprio o nome como identificação. Para facilitar devemos entender antes a tecnologia, afinal o que é o Bluetooth?


Resumidamente é um padrão global de comunicação sem fio e de baixo consumo de energia que permite a transmissão de dados entre dispositivos compatíveis com a tecnologia. Para isso, uma combinação de hardware e software é utilizada para permitir que essa comunicação ocorra entre os mais diferentes tipos de aparelhos.


Uma pessoa a qual vamos chamar de Luís (pois preferiu não se identificar), 25, estudante universitário, já utilizou este tipo de recurso e disse ter ido até o fim: “Na hora dá um certo medo, mas depois da primeira tentativa fica fácil”, conta. Luís utiliza nicknames bem picantes para a abordagem, algo como, “afimderealagora” ou “sedentoporsexo” na hora da pegação por Bluetooth. De fato, ele diz ir direto aos finalmente e não se arrepender em muitas vezes, fica claro que embora o perigo seja óbvio, a vontade e facilidade de se conseguir alguém na hora da transa fala mais alto. “Nunca me arrependi, às vezes só penso que posso pegar alguém feio, mas até hoje sempre me dei bem”, gaba-se.


Para que esta tecnologia atenda aos mais variados tipos de dispositivos o alcance desta ferramenta foi dividido em três categorias: Nível 1: potência máxima de 100 mW, alcance de até 100 metros; Nível 2: potência máxima de 2,5 mW, alcance de até 10 metros; Nível 3: potência máxima de 1 mW, alcance de até 1 metro. Isso significa que um aparelho com Bluetooth nível 3 só conseguirá se comunicar com outro se a distância entre ambos for inferior a 1 metro, por exemplo.
Este tipo de paquera feita por telefone já tem até nome, é chamada de bluejacking e muito comum na Ásia e Europa. Em regra geral, para você entender este tipo de “brincadeira” pode chegar a até uma curta distância de 10m. Muito mais do que paquera, o bluejacking serve hoje para a comunicação daquela turma mais “calada”, que não gosta de se expor em boates ou outros locais públicos. Cafés, shoppings, cinemas, mercados, redes de fast food e ruas movimentadas, ou seja, onde há grande concentração de pessoas, são os locais prediletos de quem caça por essa modalidade. Basta ligar essa função no seu celular e descobrir um mundo novo. Alguns aparelhos pedem senha, que geralmente são padrão como 0000 ou 9999, que deve ser alterada. O serviço não é cobrado, já que não envolve telefonia mas um sinal gerado e captado pelo próprio celular.


De qualquer forma, vale lembrar que são muitas as formas e estratégias hoje em dia para que se consiga algo. A internet está aí, cada vez mais pessoas tem acesso, e sites de relacionamento como o Orkut, por exemplo, abrem portas para isto. Outro site de relacionamento já bastante conhecido lá fora e que promete virar mania por aqui é o Facebook, que aos moldes do Orkut você pode postar fotos e conhecer pessoas do mundo todo, além do Twitter. O problema está na forma de utilização de cada pessoa. Até que ponto estamos seguros de fato? O risco é eminente, não se pode confiar em tudo que você lê, ainda mais neste caso, no qual as pessoas, em sua maioria, utilizam estes sites, ou salas de bate-papo para o sexo.


Sabe-se que muitas pessoas já passaram por golpes e até mesmo violência em razão deste tipo de paquera virtual. Atenção redobrada e alguns cuidados básicos são fundamentais na hora da conversa. Nunca revele a ninguém dados pessoais como endereço, RG, CPF, procure sempre marcar encontros em locais públicos e jamais convide alguém totalmente estranho para dentro de sua casa.  A prevenção ainda é o melhor remédio, e sabendo utilizar a tecnologia pode virar um grande aliado. O prazer sempre vale a pena, seja ele virtual ou não.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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