Censura a livros escolares chega ao Paraná

Redação Lado A 19 de Junho, 2009 20h45m

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A nova onda de “caça” a obras literárias não fica somente no estado de São Paulo, vai mais além e chega ao estado do Paraná. O vereador Jair Brugnago (PSDB), de União da Vitória, na Região Sul do estado, retirou das prateleiras da biblioteca da Escola Estadual São Cristóvão, onde é diretor, duas obras literárias indicadas para alunos de ensino médio.

O vereador entrou com uma ação no Ministério Público após considerar o conteúdo dos livros inadequados. O vereador pediu ao Ministério que todos os exemplares de “Amor à Brasileira” que reúne vários contos, dentre eles um de Dalton Trevisan – e “Um Contrato com Deus e Outras Histórias de Cortiço”, do escritor americano Will Eisner, fossem retirados de todas as escolas da cidade.

Antes de enviar os livros às escolas e bibliotecas, os mesmos passam por uma criteriosa avaliação do MEC e Ministério da Educação, para somente depois serem aprovados. A medida exposta pelo vereador Jair Brugnago é criticada por alguns especialistas em educação. No Paraná, 689 escolas receberam ou vão receber os livros Amor à Brasileira e Um Contrato com Deus & Outras Histórias de Cortiço.

Eles começaram a ser enviados pelo MEC no fim de abril e devem ficar nas estantes das bibliotecas destinadas aos alunos de ensino médio. Não é de hoje que a polêmica em torno dos livros didáticos ocorre nas escolas públicas do país, a polêmica começou em março deste ano, com erros de conteúdo em livros de Geografia.

Em maio do mesmo ano, livros contendo expressões eróticas e palavrões foram distribuídos como material de apoio aos alunos da 3ª série de São Paulo. E em junho educadores de São Paulo questionam conteúdo de Um Contrato com Deus, de Will Eisner, distribuído às escolas pelo MEC. O Ministério não recolhe livros e orienta cuidado aos bibliotecários.
 
No Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Educação determina o recolhimento de um livro didático de História por ter gravura considerada inapropriada para as crianças.

Vê-se com isso que é necessário um maior esclarecimento por parte do MEC, Secretaria da Educação e professores. Sem a total sintonia por entre os grupos, fica impossível chegar a um consenso na escolha dos livros didáticos. 

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