Gazeta do Povo publica texto contra gays e dá direito ao contraditório à ABGLT

Um artigo, cujo o tema é bastante polêmico, publicado pelo jornal Gazeta do Povo de Curitiba, no último dia 1º., gerou algumas discordâncias por entre a comunidade LGBT. O texto pelo jornalista Carlos Alberto de Franco sob o título “Totalitarismo e Intolerância” e discutide a questão do governo em meio aos livros didáticos ditos “proibidos” distribuídos pela Secretaria de Educação de São Paulo.

O artigo discute a “falha” do governo na distribuição do material nas escolas públicas, mas o que mais choca é a visão homofóbica do Sr. Calos Alberto ao falar de questões como valores e ética. Num dos trechos ele chega a citar que os verdadeiros valores só podem ser cultivados dentro de uma família dita “tradicional”.

“Aborrece-me a intolerância dos “tolerantes”. Incomoda-me o dogmatismo das falanges autoritárias. Respeito a divergência e convivo com o contraditório. Sem problema. Mas não duvido de que é na família, na família tradicional, mais do que em qualquer outro quadro de convivência, o “lugar”onde podem ser cultivados os valores, as virtudes e as competências que constituem o melhor fundamento da educação para a cidadania”, afirmou de Franco.

O artigo cita também questões como intolerância e cidadania. Muito conturbado, já que o mesmo artigo fala em visões mais tolerantes e permissivas. A matéria abriu espaço para que representantes de Ongs e grupos se manifestassem, com texto do presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, por meio de matéria publicada no dia 08, no mesmo espaço de Opinião, como direito ao contraditório, recurso utilizado para questionar afirmações na mídia.

Para Reis, o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) não é uma imposição do governo. O Plano é a consolidação das 561 propostas aprovadas na plenária final da Conferência Nacional realizada no ano passado. Segundo ele, esse processo representa a essência da formulação democrática de políticas públicas e beneficiará estimados 20 milhões de brasileiros LGBT, que é uma parcela significativa da população. Além disso, a educação, não só de jovens, mas de todos, é a principal arma na luta contra o preconceito, a discriminação e a violência contra LGBT.

Se faz necessário, assim, educar para o respeito à diversidade sexual, com material didático adequado. Para Reis, há diversas configurações familiares e a “família” não mais se restringe à família nuclear, composta por pai, mãe e seus filhos, e se for para limitar a questão de valores para um conceito familiar tradicional muitos serão os filhos excluídos desse processo e quem perderá com isso é a sociedade. Bola fora do professor Carlos Alberto de Franco.

Leia os dois artigos na íntegra:

http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=894322&tit=Cidadania-e-democracia–

http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/opiniao/conteudo.phtml?tl=1&id=892119&tit=Totalitarismo-e-intolerancia