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Satirizando as novelas brasileiras

Redação Lado A 19 de Agosto, 2009 18h59m

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Ainda não temos uma novelinha gay no Brasil, como as séries norteamericanas “Queer as Folk”, “The L word”, entre tantas outras com personagens principais gays nos EUA. Mas, por aqui, temos muitos escritores abertamente homossexuais e o tema LGBT é cada vez mais explorado, e sempre de forma mais absurda, literalmente explorado.

Decidimos pegar algumas novelas e traçar tramas super gays para elas. Quem sabe isso não inspira as emissoras a criarem histórias gays. Usamos o artifício do humor, o que pode reforçar alguns estereótipos. Lembramos que criaremos cotas para gays não afeminados, para não reforçar que gay é dramático e afeminado.


A Favorita
Duas drag queens disputam um concurso de bate-cabelo no interior. O DJ se atrapalha com o CD demo e coloca a música irritante Beijinho Doce. Ela julga que a outra a sabotou, agride a concorrente mas é presa. Ela jura vingança e rouba a peruca da outra e vai para a cadeia, onde passa a ser sósia da Sula Miranda. Ao sair da prisão, ela toma a vida de cantora e passa a fazer sucesso até que é desmascarada por seu aprendiz de drag da prisão.


Amigas e Rivais
Quatro monetes eram proeminentes cabeleireiros em São Paulo até que uma rouba o bofe da outra. A traída então lembra que passou por aquela situação “várias vezes” e decide montar um salão em frente, dividindo clientes e o grupo de amigos. O fim da amizade passa a virar um jogo, até que uma delas morre de Aids e a outra se converte para a Igreja Universal e fica rica. No final, os dois salões são vendidos por um preço absurdo para dar lugar à construção de um conjunto de prédios de luxo. Como elas não eram donas do imóvel, foram trabalhar de vendedoras da Avon. Estrelando a top travesti do Norte Vanessão.


Malhação
O cotidiano das Barbies em uma academia. Seus dramas como a falta de anabolizante, o novo bofe da academia, a caça dos vestiários e a dupla busca de um corpo perfeito. Para combater o preconceito de que os sarados são intelectualmente desfavorecidos eles abrem um cursinho na academia. O assédio de um produtor de filmes pornôs e a descoberta que um dos rapazes já posou para uma revista gay são alguns dos temas abordados.


Da Cor do Pecado
Bofe nordestino que foi para São Paulo e virou michê. Lá ele conseguiu fama e fortuna vendendo o corpo e fez muitos amigos, conhece até o prefeito. Ele monta uma rede internacional de hotéis mas é acusado de facilitar a prostituição. Acaba se apaixonando por um médico e vai morar em Miami, fugindo da Justiça brasileira.


Páginas da Vida
Novelinha chata sobre casais gays discretos e assexuados. Mostra como gays podem ser bem sucedidos e aceitos se forem discretos e submissos. Tudo estava indo bem até que resolvem fazer uma parada gay, um mês depois caem as Torres Gêmeas. Uma sucessão de desgraças coloca em cheque aquele mundo perfeito. No final, todos viram heterossexuais, pelo menos fora da sauna.



Senhora do Destino – ou Senhora do Intestino

Ela queria revolucionar o mundo com o Kit Chuca mas teve a sua invenção roubada pela Nazeka. Maria del Help dá uma surra em Nazeka que não se rende. O Kit Chuca faz sucesso até que descobrem que ele causa a Síndrome do Intestino Irritado e tem sua venda proibida. Mesmo assim Maria del Help sobrevive e abre uma boate.


Caras e Bocas – Bastidores de um concurso de caricatas


Dance Dance Dance – A história de uma bee que tomou bala e nunca mais parou


Desejo Proibido – Uma transexual que nasceu homem, virou mulher e lésbica


Sete Pecados – O homem que era santo mas pecou para se sentir mais humano


Viver a Vida – Ele largou tudo para acolher o seu amor por um mendigo catador de latinhas

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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