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Parada da Diversidade de Curitiba: 150 mil pessoas e nenhum policiamento

Redação Lado A 30 de Setembro, 2009 22h06m

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Quem participou da XII Parada da Diversidade em Curitiba, no último domingo, ficou encantado com o evento que foi uma bela demonstração de organização e união, quando famílias, gays, lésbicas, transexuais, travestis, bissexuais, héteros e diversos segmentos da sociedade desfilaram com as cores do arco-íris pela Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico. Só faltou uma maior participação dos governantes.


A ausência de representantes do governo estadual e municipal foi notada. Mais ainda, as pessoas se questionavam da falta de policiamento, uma vez em que eventos com grandes aglomerações podem ocorrer brigas e pequenos furtos. Felizmente, desta vez, não foi registrada nenhuma ocorrência séria. Mas a falta de policiamento deixou um alerta.


É necessária a presença de autoridades para manter a ordem, ainda mais quando se trata de uma manifestação polêmica, em uma sociedade não tolerante. Em São Paulo, este ano, a Parada do Orgulho Gay encerrou com um atentado à bomba e uma morte causada por agressão. A violência foi gravada em vídeo e ocorreu em plena luz do dia: um homem espancado até a morte por um grupo de carecas. Então, a preocupação com a segurança é justificada para quem participa de eventos como este, ainda mais em um país que registra uma morte de homossexual a cada dois dias em razão da violência homofóbica.


A APPAD, Associação da Parada da Diversidade afirma que enviou solicitação de efetivo para o Comando da Capital e outros batalhões, procedimento esse necessário para obter o Alvará para a realização do evento, conforme nos informou Marcio Marins, Presidente da APPAD. Entramos em contato com as assessorias de imprensa da Polícia Militar do Paraná e da Prefeitura Municipal de Curitiba. A assessoria da Polícia Militar afirmou a princípio que não obteve nenhum pedido da organização do evento mas ao ser informado que a organização teria feito um pedido de policiamento, está tentando localizar o documento protocolado e investigando a razão de não haveer policiais no local. Já a Prefeitura afirmou que o representante do prefeito Beto Richa não foi ao evento por um erro de comunicação interno. A credencial teria chego com atraso até as mãos da pessoa designada que acabou não avisando à agenda do Prefeito que não havia recebido o kit com a credencial do evento. Um dos secretários da Prefeitura iria ao evento, a assessora de imprensa do Prefeito não soube nos informar qual deles mas pediu desculpas em nome do prefeito.


Esperamos 48 horas para obter as respostas dos órgãos contatados, apesar de sermos atendidos prontamente e recebermos as respostas por telefone, não recebemos por escrito, conforme solicitamos, as declarações acima descritas. Como o único veículo de informação voltado à comunidade LGBT de Curitiba, fizemos a nossa parte de cobrar a informação e responder aos indagamentos dos nossos leitores. Mesmo assim, ainda aguardamos as respostas e justificativas por escrito. Esperamos uma parada mais segura no próximo ano, onde os participantes sintam-se seguros e com seus direitos respeitados.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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