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A Comédia dos Erros

Redação Lado A 16 de Setembro, 2009 22h29m

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Queridos amigos e leitores, aqui estou novamente para dividir com vocês um pouco das minhas alegrias, dúvidas, frustrações, enfim, um pouco de tudo o que acontece comigo no meu dia a dia. Recém chegado de uma viagem que fiz a São Paulo, pude constatar que aquilo lá sim é o “Paraíso”.


Milhares de lojas, um centro comercial variado, comida boa e o melhor de tudo e gente, muita gente! Eu sou fascinado por “pessoas”, adoro desvendar os mistérios escondidos em cada ser humano, pelo simples fato do prazer de fazer isto. E foi nesta viagem que pude observar muitas coisas por entre os lugares que andei.


Fiquei com várias perguntas no ar como: por que será que quando nós nos predispomos a sair para uma balada enfrentamos tudo e todos literalmente, na esperança de aquela seja a noite perfeita?


Vou me dar como exemplo. Fui conhecer uma balada nova em São Paulo, chegando lá fiquei com meu namorado e mais dois amigos numa fila interminável que daria para dar a volta no maracanã, por nada menos que duas horas. Neste tempo, vi de tudo o possível, segurança colocando biba enlouquecida pra fora, gritaria e ataques de frescurite aguda na fila, desfile de peças do vestuário “masculino” da época do famoso seriado Planeta dos Macacos, um revival dos Menudos, sem falar nos famosos “penetras” que vez ou outra tentavam bicar a frente do pessoal o que por pouco não gerou um ataque de cabelos das mais “agitadas” da fila.


Estávamos próximos da entrada da casa (a estas alturas já estava me sentindo na fila da montanha russa do Beto Carreiro) quando atrapalhados funcionários nos deixaram entrar sem ao menos consultar o nome na lista (havíamos deixado nossos nomes antecipadamente, a fim de não pegar fila, doce ilusão). Mas, o mais interessante nisso tudo é conhecer pessoas novas e fazer amizade assim, ao acaso.


Pois bem, quando finalmente entramos na tal boate, nada me surpreendeu…sim, o lugar é realmente bonito, música boa, ambiente espaçoso, isso até a segunda página, pois passada uma hora ali dentro, a casa já havia se tornado uma lata de sardinha, tamanha era a lotação do lugar. E pra ir buscar uma bebida então?


Você vai na esperança de um dia voltar ao lugar de origem porque no mínimo uns 40 minutos você vai perder entre fazer o pedido, receber e ainda voltar a tempo do último tuc-tuc na pista. Por que será que gostamos tanto de sofrer? Por que as pessoas insistem em fazer o tal “carão” na boate?


Sofremos horas a fio pra chegar num lugar e ver um monte de bibas se amassando com suas calças caras e perfumes importados a troco de que? Sem falar que o mais legal ainda está por vir, já estávamos exaustos e não de dançar, e sim do empurra-empurra promovido noite a dentro, quando resolvemos sentar num espaço mais afastado do barulho e agitação quando vimos uma cena dramática, senão hilária.


 Um “homem”, devia ter seus 40 e poucos anos, simplesmente jogado no sofá, podre de álcool e visivelmente de drogas, sua “amiga” não ficava para trás, também visivelmente embriagada a ponto de não ficar em pé tentava em vão ajudá-lo a se levantar, até que, exausta, desiste. Os dois eram motivos de chacota por quem passava pelo local, todos queriam tirar literalmente um pedacinho dos dois que viraram piada na boate.


E eu me pergunto… por quê? Uma comédia de sucessivos erros. Mas valeu por conhecer e ver que o que muda mesmo é o estado, as pessoas estão cada vez mais parecidas umas com as outras… será que é porque estou nos 30 e isso já faz parte de outra geração? Ou será por que aprecio mais uma boa conversa de bar com amigos? Não sei… a propósito o Rubinho ganhou mais uma vez, sinal de ainda há esperança na Terra! (risos!)


Beijos a todos e até a próxima..

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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