Arquivo

Entrevista com um go-go boy: Dançarino Maicon Gaúcho vai se lançar no mercado pornô

Redação Lado A 01 de Outubro, 2009 17h53m

COMPARTILHAR


Por Vagner Rossoni

Não é só pela plástica impecável que o dançarino e stripper Maicon, de Porto Alegre, mais conhecido como “Maicon-Gaúcho”, vem se destacando. O moço, aos seus 25 anos, já tem um currículo vasto e se apresentou em casas noturnas não só na região Sul mas também em casas paulistanas onde tem sido visto freqüentemente fazendo testes.


Recentemente, o rapaz foi convidado por uma produtora gaúcha para se lançar também na indústria de filmes pornôs e aguarda ansioso a aprovação de seus testes. O filme ainda não começou a ser rodado, porém promete muito “furor” por entre seu público. Resolvemos chamar o rapaz para conhecê-lo melhor, seu trabalho e suas aspirações futuras.


O início de carreira foi muito difícil?
Como todo o início, tive bastante dificuldade em começar neste ramo artístico. Tive que dançar em várias casas sem receber um cachê, somente para poder divulgar meu trabalho. Costumo dizer que a grande responsável pelo meu início foi Lolita Boom Bom (Proprietária e apresentadora da boate May Way Club), que me puxou literalmente pela mão e me deu uma oportunidade de iniciar, me indicando também para outras casas.


Como você encara o assédio do público em geral?
O assédio neste ramo é inevitável, sou bastante assediado não somente pelo público gay, mas também por mulheres, pois também danço em festas e eventos exclusivos para elas. Assim como no clube das mulheres.


Por ser um dançarinos da região assediado, você já se viu numa situação engraçada?
Já recebi muitas propostas de programas e dinheiro fácil, porém a mais engraçada foi quando um rapaz após o meu show, veio falar comigo e me ofereceu uma moto para que eu passasse a noite com ele, o cara trabalhava numa revendedora de motos. Claro que discretamente disse um não e dei muita risada depois da situação.


Na sua opinião o que um gogo-boy precisa ter para fazer sucesso?
Claro que além de um corpo bonito um dançarino como eu precisa ter humildade e caráter. Um dançarino com “nariz-empinado” não vai a lugar algum, e olha que vejo muitos por aí assim.


Você é conhecido por sempre inovar em figurinos e performances, você acha isto importante?
Sim, fundamental! Procuro a cada dois meses mudar meu figurino, tenho hoje uma grande variedade de peças entre elas, cowboy, marinheiro, policial e militar e acho importante investir em roupas diferentes. Até porque se você não investe, o público comenta.


Você vê alguma diferença em dançar para o público gay e o público hétero?
Em parte sim. O público gay é mais caloroso, grita e participa mais. Muitas vezes participam mais também, além de “atacar” com freqüência. Já as mulheres são mais controladas e calmas. Eu particularmente me sinto melhor trabalhando para o público gay, pois sou mais bem recebido.


O que você almeja para sua vida, na sua carreira?
Um dos meus sonhos já conquistei em razão do meu trabalho como stripper que foi comprar minha moto. Na verdade, o que eu espero hoje é somente o reconhecimento do público, o resto vem naturalmente.


Entre você dançarinos existe muita competição?
Sim, infelizmente este meio em que vivo é muito competitivo. Vejo muitos dançarinos na noite querendo puxar o tapete do outro colega. Comigo mesmo já aconteceram várias situações desagradáveis. Porém, nem todos são assim, ainda existem dançarinos que te ajudam e somam ao invés de subtrair.


Você faz algum tipo de dieta para manter-se sempre em forma?
Não costumo me cuidar quanto a alimentação. Graças a Deus a genética me favoreceu. Me preocupo só em malhar muito. Malho praticamente todos os dias.


Está solteiro ou em busca de alguém? Acha difícil namorar na sua profissão?
Sim, estou solteiro. Na verdade não arrumo tempo para namorar, sempre tenho a agenda lotada de compromissos, porque além de dançar nas casas noturnas e eventos também atuo com telemensagem, sempre ligado a esta área de dançarino. Porém, algo mais “leve”, digamos. Também acredito que seja difícil encontrar uma garota que aceite minha profissão a não ser que ela seja do meio também.


Você está prestes a se lançar como ator pornô. Está com medo de alguma rejeição do público ou vergonha na hora das filmagens?
(Risos!) Não, na verdade estou bem tranqüilo quanto a filmar, meu medo maior é ficar tanto tempo excitado, uma vez que exige bem mais do homem do que da mulher nestas horas. Até perguntei para o produtor (do filme) se eles (os atores) tomavam alguma coisa (risos).


Para contatos de shows e eventos: (51) 97324799 ou  (51) 92065608 ou maiquel_b.f@hotmail.com



Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

COMPARTILHAR


COMENTÁRIOS