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Do começo ao fim – Crítica e cenas picantes

Redação Lado A 16 de Dezembro, 2009 20h18m

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Seguindo a máxima de que uma imagem vale mais do que mil palavras, selecionamos algumas imagens fortes.

Do começo ao Fim é bom. Considerando o cinema nacional, o filme é ótimo. A linguagem poética e o tom de cinema arte do filme desagradaram alguns, que chamaram o longa de “parado”.


O problema desta obra de Aluízio Abranches não está no roteiro em si, mas no aprofundamento dele. Mas, talvez, se a argumentação do filme fosse mais forte desagradaria a muitos – pois levantaria bandeiras –  e se a reviravolta fosse drástica ou um desfecho surpreendente tomasse parte do filme, outros ficariam insatisfeitos – se houvesse uma morte ou traição que gerariam mais conflitos ao filme. Por isso o filme é light, água com açúcar sim, mas é o primeiro do gênero para o público gay brasileiro e merece o devido respeito.


Quando se fala em filme gay, logo imaginam filmes cult, transgressores, desafiadores. Do Começo ao Fim não é nada disso. É um filme bonito, com uma estética e luz fantásticas, com alguns deslizes cômicos, como o taxi que para ao lado da piscina, no gramado e segue para o lado em que só há espaço suficiente para ele sair de cena ou os deslizes inocentes e perdoáveis de um ator mirim estreante.


De fato, o filme passa sem grandes momentos, é prolixo, ao ponto de os próprios pais não questionarem ou julgarem os filhos, a ponto de deixá-los fazer o que quiserem. São dois gays estranhos que falam de sexo abertamente, como se o incesto fosse algo socialmente comum. Do Começo ao Fim se mostra além do seu tempo nesse ponto. Para alguns é uma fraqueza, mas daqui a 40 anos, quem sabe, essas discussões causarão reações apáticas como as vistas no filme.


O que sobra são as cenas de nu do filme, que gratificam o observador gay. Os atores João Gabriel Vasconcellos (modelo da Ford Models) e Rafael Cardoso (Cinquentinha) são lindos. A surpresa é João Gabriel que segura bem seu personagem e aparece por várias vezes como veio ao mundo, mostrando sua intimidade. Rafael Cardoso está melhor em Cinquentinha, com certeza, mas é outro colírio aos olhos.


São muitas as cenas narradas e mudas durante o filme. Com certeza poderiam ter colocado mais história, para fundamentar os argumentos, que ficam meio soltos. O filme é lindo, merece ser visto e deixem as críticas para aqueles que não acreditam no amor.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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