Peça “Balada do Cárcere de Reading” mostra drama de Oscar Wilde em Curitiba

Considerada a obra prima do escritor britânico Oscar Wilde, o poema “Balada do Cárcere de Reading” chega à Curitiba desta vez na adaptação do diretor João Paulo Godinho. Solidão, dor, denúncia, uma nova relação com a fé, o texto traz questionamentos, verdades de um homem brilhante que passa pelo cárcere e pela violência imposta pelas autoridades por praticar o amor que não se ousa dizer o nome.

O texto original, pesado e cru, foi escrito durante sua prisão, em Reading, no final do século XIX, quando Wilde foi preso por prática homossexual, ou melhor, “por praticar atos obscenos com rapazes”. Permaneceu preso por dois anos, realizando trabalhos forçados. Sua prisão criou um grande susto entre os intelectuais da época, grande parte deles adeptos ao homoerotismo.

Quando: De 11 a 28/02 – de quinta a sábado às 21h e domingos, às 19h
Onde: Teatro Guaíra – Miniauditório Glauco Flores de Sá Brito – Rua Conselheiro Laurindo, s/nº – Centro
Quanto: R$20 ou R$10



Confira alguns versos da obra literária:

…A gente destrói aquilo que mais ama
em campo aberto, ou numa emboscada;
alguns com a leveza do carinho
outros com a dureza da palavra;
os covardes destroem com um beijo
os valentes destroem com a espada.
Mas a gente sempre destrói aquilo que mais ama…

…Apesar disso – escutem bem – todos os homens
Matam a coisa amada;
Com galanteio alguns o fazem, enquanto outros
Com face amargurada;
Os covardes o fazem com um beijo,
Os bravos, com a espada!

Um assassina o seu amor na juventude,
Outro, quando ancião;
Com as mãos da Luxúria este estrangula, aquele
Empresta do Ouro a mão;
Os mais gentis usam a faca, porque frios
Os mortos logo estão.

Este ama pouco tempo,
aquele ama demais;
Há comprar, e há vender;
Uns fazem o ato em pranto, enquanto que um suspiro
Outros não dão sequer.
Todo homem mata a coisa amada! – Nem por isso
Todo homem vai morrer…