Senado aprova indicação de general homofóbico para o Supremo Tribunal Militar

O general do Exército Raymundo Nonato de Cerqueira Filho que afirmou que a homossexualidade não era compatível com a função militar em sabatina no Senado em fevereiro foi aprovado para ocupar uma vaga de ministro no Superior Tribunal Militar (STM).

Quando esteve em frente a Comissão de Constituição Justiça (CCJ) do senado e foi questionado sobre o que achava de homossexuais nas Forças Armadas, o general afirmou que “indivíduos desse tipo” não teriam autoridade sobre a tropa. “Tem sido provado mais de uma vez, o indivíduo não consegue comandar. O comando, principalmente em combate, tem uma série de atributos, e um deles é esse aí. O soldado, a tropa, fatalmente não vai obedecer. Está sendo provado, na Guerra do Vietnã, tem vários casos exemplificados, que a tropa não obedece normalmente indivíduos desse tipo”, afirmou o general na ocasião. Apesar de se explicar posteriormente e afirmar que não tem preconceito, após a Ordem dos Advogados do Brasil criticar as respostas do general, o caso tomou proporções grandes na mídia.

46 senadores votaram a favor da indicação do militar, contra cinco votos. Como a votação foi em conjunto com o do almirante Álvaro Luiz Pinto, que foi mais assertivo em suas respostas, as indicações passaram pelo Senado. Eles farão parte do órgão máximo das Forças Armadas Brasileiras, formado por 15 ministros, entre eles três ministros civis.

Por conta da decisão, o Grupo Gay da Bahia dará o troféu Pau de Sebo, que homenageia aqueles que agem a favor da homofobia e contra os direitos gays no país, para o Senado.