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Colin Farrel apóia campanha antibullying na Irlanda a convite de seu irmão. Leia a declaração.

Redação Lado A 12 de Abril, 2010 19h41m

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O ator Colin Farrel participou da campanha The Stand Up, promovida pela organização BeLonG To Youth Services, voltada para LGBTs jovens na Irlanda, seu país de origem. Ele atendeu um pedido do seu irmão, Eamon Farrel, gay assumido. O irmão famoso foi padrinho da cerimônia civil da união do seu irmão, em 2008. A campanha foi lançada no último dia 8, em Dublin.

Na cerimônia, Colin Farrel declarou: “Eu não posso me lembrar muito dos abusos físicos e emocionais que meu irmão, Eamon, sofreu. Eu era muito pequeno. Mas a coisa que eu lembro muito bem, era o sangue em seu uniforme da escola quando ele voltava para casa durante a tarde. Os espancamentos e as zombarias eram freqüentes para ele e parte constante de seus anos escolares. Eu não entendia naquele tempo o conceito de “diferente”. Se eu entendesse o que era ser diferente, eu entendia na forma mais pura e ingênua de uma criança. Para mim então, para uma criança, diferente significava ser deixada de lado. Alegria e risadas vinham juntas com ser abraçado e ser incluído e então, PERTENCER (BeLonGing to, nome da ONG ).

As pessoas, constantemente, tem medo da diferença. Eles sentem que qualquer coisa que cause medo, deveria ser afastada. Meu irmão representou medo para muita gente, mas causou muita alegria na minha vida. Desde uma idade muito pequena, ele me fez rir com sua inteligência e esperteza, me inspirou com sua força e bondade. Ele deveria ter sido querido. Para muitos dos alunos da sua escola, entretanto, ele foi temido. Ele foi afastado. Eu não entendia aquilo, e ainda não entendo. Como uma raça, nós humanos somos unidos e divididos por emoções. Os pais de todas as emoções, reis e rainhas, são o amor e o medo.  O amor nos une e nos traz para perto de um melhor entendimento da possibilidade de beleza no meio da confusão e dor que a vida pode trazer. O ódio é uma doença.  É a mensagem de medo que nos leva a fazer coisas terríveis à sombra do melhor de nossos seres, do que poderíamos ter sido.

A intolerância não está geneticamente codificada – ela é ensinada. Ela é aprendida em casa. Ela é aprendida nas salas de aulas e também em qualquer lugar que reunimos grupos.  Ela é normalmente aprendida bem cedo e incorporada a partir daí. Se não existe nada a temer, não existe nada a odiar. E se não há nada a odiar, não existe dor. Meu irmão era tão forte para defender o que ele era, e para aquilo de bom que ele sabia que havia dentro dele. Muitas pessoas perderam a oportunidade não somente de curti-lo, mas também de curtir a si mesmo, acolher esta “diferença”. Eles perderam porque o viram como uma ameaça e não como uma manifestação do caleidoscópio e diversidade desse belo mundo. Bullying é tortura, é um outro tipo de traição da decência básica humana e as marcas refletem no futuro de cada um dos sobreviventes. Mas a verdade mais triste é que nem todas as crianças sobrevivem. É uma doença social potencialmente mortal e precisa ser respeitada, e não temida. Respeitada e lidada como um verdadeiro problema e não como um adversário de um mundo potencialmente harmonioso, onde não existe espaço para o bullying e para quem o pratica.”

Redação Lado A

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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