Criador do Dia Contra a homofobia explica tema deste ano: “Homofobia e as Religiões”

Louis-Georges Tin, 36 anos, nascido em território francês no Caribe, em Martinique, é o criador do Dia Contra a Homofobia, do inglês International Day Against Homophobia and Transphobia ou simplesmente IDAHO que este ano está em sua sexta edição. O intelectual é o porta-voz do Conselho Representativo das Associações Negras (CRAN) e foi editor do Dicionário da Homofobia (PUF, 2003), material distribuído na França para todas as Universidades. Em entrevista ao jornal Le Monde, Tin falou sobre a importância do dia que criou e como combater o preconceito.

Ao ser perguntado se não existe um excesso de datas comemorativas, ele discordou argumentando que “Essas datas permitem que a sociedade civil se aproprie da agenda política e introduza nela temáticas de certa forma negligenciadas por seus dirigentes”. Ele afirma que criou a data por ser positiva, já que no dia 17 de maio de 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais. Ele contou ainda que em 2009 a França retirou a transexualidade da sua lista de doenças mentais e que espera que a OMS faça o mesmo em breve.

Este ano o tema do IDAHO é “Homofobia e as Religiões”. Pra Tin, “As tradições religiosas com frequência contribuem para reforçar a homofobia” e explica que não pretendem entrar “no terreno da teologia” mas que esperam que os teólogos abracem a causa dos direitos humanos.

Tin comentou ainda as recentes declarações do numero dois do Vaticano e afirmou que a própria declaração do Vaticano de desabonar o que foi falado (que o problema da igreja não era a pedofilia mas a homossexualidade) mostrou algo positivo. Tin concorda com aqueles que vêem a proibição do casamento gay mas que autorizam contratos diferenciados para os gays como preconceito, como acontece na França, com o chamado Pacto Civil. “Houve um tempo, em certos países, em que os casamentos entre negros e brancos eram proibidos, isso não era racismo? Há países em que as mulheres não podem se casar como querem, isso é não é sexismo? Há países onde os homossexuais não podem se casar como querem. Acho que a conclusão é óbvia”, argumentou. Ele falou ainda da situação dos gays na França, onde vive, e da homofobia no mundo.

Leia a entrevista completa no link abaixo:
http://www.guiame.com.br/v4/43126-1692–quot-As-religi-es-com-frequ-ncia-contribuem-para-a-homofobia-quot-diz-pesquisador.html