Psicanalista ítalobrasileiro escreve artigo defendendo a adoção por homossexuais

Um artigo publicado nesta quinta-feira, no jornal Folha de S.Paulo, o colunista e psicanalista Contardo Calligaris, nascido na Itália e radicado no Brasil, comenta a decisão da semana passada do Supremo Tribunal Federal quanto à adoção por pais homossexuais. O psicanalista cita documentos e estudos para argumentar que homossexuais podem ser bons pais em seu texto “Adoção por casais homossexuais” que começa coma afirmação “Condição básica de uma boa educação: o pai não pode querer que o filho seja um clone seu”.

Calligaris lembra que homossexuais já adotavam filhos, mas como solteiros, e que muitos criam filhos de relacionamentos heterossexuais anteriores ou mesmo de produções independentes. Segundo o autor, em 2007, uma carta à Corte Suprema da Califórnia feita pela American Psychological Association, a American Psychiatric Association e a National Association of Social Workers, já instruía o fato de que ter dois pais ou duas mães não seria prejudicial às crianças.

Ele ainda lembra que há na Câmara dos Deputados dois projetos que incitam o contrário do que foi decidido pelo STF e brinca dizendo que a adoção deve ser vetada também pelos deputados, pois seus filhos adotivos podem se sentir discriminados, argumento usado nos dois projetos que visam proibir homossexuais de adotarem.

“Os pais não devem querer que os filhos sejam seus clones”, afirma o psicanalista, que descreve a transferência de expectativas dos pais. E defende que “quem gosta mesmo de filho-clone são todos os fundamentalistas. É quase uma definição, aliás: fundamentalista é quem quer filhos tão fundamentalistas quanto ele”. E diz que os mesmos que deveriam ter o direito de adoção negados.

Leia o texto completo aqui: http://www.agenciaaids.com.br/site/noticia.asp?id=14728