Skinheads sequestram, torturam e matam menino de 14 anos em São Gonçalo

O estudante Alexandre Thomé Ivo Rojão, de apenas 14 anos, foi encontrado morto na madrugada de segunda-feira,21, após sair de um churrasco depois de assistir ao jogo do Brasil, no domingo, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Depois de ser agredido durante o churrasco, Ilê, como é chamado pelos amigos, foi até uma delegacia registrar ocorrência e na última vez que foi visto com vida esperava o ônibus para ir para casa, por volta das 2h da manhã. A polícia prendeu três suspeitos de envolvimento com o crime e procuram um quarto elemento que teria participado da morte do rapaz. Alexandre já teria participado de reuniões de um grupo de gays jovens da região.

O menino morreu por asfixia mecânica, a sua própria camiseta foi usada como corda para enforcá-lo. Lesões na cabeça indicam que ele sofreu golpes fortes antes de morrer. O corpo de Alexandre foi encontrado em um terreno baldio na madrugada desta segunda-feira no bairro da Califórnia, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, município localizado ao norte de Niterói. Os policiais da 72ª DP (Mutuá) afirmaram que os acusados são homofóbicos e integram um grupo de skinheads que usa a internet para passarem suas mensagens de ódio. A família da vítima porém insiste em afirmar que o jovem era heterossexual.

A polícia está a procura do quarto suspeito. Eric Boa Hora Bedruim, 22, Alan Siqueira Freitas, 22, e André Luiz Cruz Souza, 23, que foram presos hoje, podem ser acusados de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe, que tem pena prevista para 12 a 30 anos de prisão. Os acusados negam participação no assassinato. A polícia chegou aos suspeitos após uma denúncia anônima da placa de um Corsa Branco visto no local do crime. Os investigadores já confiram que eles participavam do churrasco onde Alexandre estava.

Inconformada, a mãe do menino morto disse ao telejornal local: “… a gente tem que ser livre… as pessoas tem que ter o direito de ir e vir, não interessa se você gosta de vermelho, eu gosto de laranja e ele gosta de branco”, afirmou a mãe abalada. Para Deco Ribeiro, do grupo E-jovem, que trabalha com homossexuais adolescentes, o crime é um exemplo de falta de punição a homofobia. “A ausência de lei que criminalize o crime de ódio contra homossexuais é um incentivo para que bárbaros pratiquem crimes brutais como este. Que PESE NA CONSCIÊNCIA dos Senadores da República que se OMITEM e são contrários ao projeto de lei 122/2006 este crime! Uma lei penal não muda o pensamento homofóbico de uma sociedade preconceituosa, mas seu caráter punitivo e preventivo, serve ao menos como recado de severa punição pelo Estado para que animais criminosos como estes”, afirmou Ribeiro que adiante que o grupo deve se manifestar ainda hoje com uma carta abordando o acontecido.