Americanos descoberem anticorpos capazes de neutralizar a reprodução do vírus HIV

Cientistas dos Estados Unidos divulgaram nesta quinta-feira, 8 de julho, uma importante descoberta para o combate ao vírus HIV, causador da AIDS. Os pesquisadores estudaram minuciosamente cerca de 25 milhões de células de um homossexual africano, de 60 anos, portador da doença. Os cientistas descobriram 12 células que produzem três anticorpos tão potentes que podem neutralizar 91% das diversas variações do vírus.

A pesquisa comandada por Gary Nabel, principal autor do estudo, criou o HIV em laboratório, em seguida isolando a parte do vírus que não sofre mutações e que são exatamente as proteínas responsáveis pela multiplicação do vírus. Ao ser introduzido no paciente africano, seu organismo produziu os anticorpos que neutralizaram a reprodução do HIV. Identificado o anticorpo, ele foi testado em diversas variações do vírus causador da doença, quando se constatou que em 91% ele impediu que outras células fossem infectadas. O resultado foi um dos mais animadores desde o início das pesquisas para combater a AIDS, iniciadas em 1980.

A descoberta deixou os cientistas esperançosos para a produção de uma vacina contra a AIDS, mas afirmam que o caminho ainda é longo. “A descoberta destes antigenes com poderes excepcionais na neutralização do HIV e a análise à forma como eles operam representam avanços que vão acelerar os nossos esforços para descobrir uma vacina capaz de proteger de forma abrangente contra o vírus da AIDS”, explica Anthony Fauci, quem co-dirigiu as equipes de investigação, ao site português Ciência Hoje.

O método de criar uma vacina capaz de ativar no organismo humano a produção de anticorpos para determinadas doenças já foram responsáveis pela erradicação da varíola, da poliomielite, entre outras doenças infecto-contagiosas em diversas partes do mundo. A descoberta também poderá ser eficaz para as pessoas que já possuam a enfermidade.

Segundo estudos da agência de saúde das Nações Unidas, publicados no ano de 2008, mais de 33 milhões de pessoas eram portadoras do vírus que já vez mais de 25 milhões de vítimas em todo o mundo desde sua descoberta.