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Cidade do interior da Bahia aprova moção contra GGB

Redação Lado A 28 de Julho, 2010 21h06m

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Esta semana, uma Moção de Repúdio apresentada e aprovada na Câmara da cidade de Teixeira de Freitas, interior da Bahia, causou grande revolta na comunidade LGBT do estado. A Moção movida pelo vereador Julio Garotinho (foto), do PSC, é referente à frase “A Bahia é gay”, inicialmente dita por Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia. O jargão muito utilizado em épocas das paradas da diversidade nos municípios baianos também figura no site oficial do grupo em prol dos direitos dos homossexuais.


Nesta quarta-feira, 28 de julho, o Grupo Gay da Bahia expressou sua indignação em publicação em seu site na internet. De acordo com a nota, a atitude do vereador foi motivada por fanatismo religioso e preconceito sexual. “Finalmente na tarde dessa terça-feira o vereador evangélico imbuído da homofobia internalizada, no esquecimento de que o Estado é Laico e questões de religião devem questão privada, aprovou a moção de numero 61, destinada ao Grupo Gay da Bahia por figurar no seu site a expressão, “A Bahia é Gay”, diz o GGB em nota.


Ainda de acordo com a publicação no site oficial do grupo, Marcelo Cerqueira, líder gay da organização baiana que luta há mais de 20 anos pelos direitos homoafetivos, ironizou o vereador, “esse ignorante que ao invés de legislar deveria estar encangando formiga, ou encantando serpentes”. Cerqueira ainda deve encaminhar à vereadora Marta Helena Leal, presidente da Câmara Municipal de Teixeira de Freitas, carta repudiando a aprovação da Moção.

Para o portal Bahia Notícias, por Samuel Selestino, o vereador “Júlio Garotinho cunhou o protesto original”. Levando em consideração que o mesmo não moveu sequer uma ação judicial e apenas expressou sua opinião. Levando em consideração que a comunidade LBGT possivelmente se sentiria incomodada se houvesse uma frase “a Bahia é hetero” em divulgação nas cidades.

O ato de Moção é o meio pelo qual um vereador tem a possibilidade de expressar sua opinião em relação a algo. Após ser apresentada à Mesa Diretora da Câmara vigente, a moção pode ser rejeitada ou aprovada pelo presidente. Em caso de aprovação pela Câmara, a exemplo do ocorrido pela Moção realizada pelo vereador Garotinho, o ato é enviado à publicação. Sem valor executivo, a Moção pode apenas ser levada em consideração como precedente de opinião expressa em caso de ações judiciais relativas a ela.

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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