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Trabalhar com o que se gosta não tem preço

Redação Lado A 24 de Agosto, 2010 19h44m

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Quando fiz meu teste vocacional, ele profetizou: jornalismo ou direito. Optei por jornalismo por um sonho antigo. Desde criança eu rabiscava projetos de revista, já havia atuado na área no Japão (Jornal Tudo Bem) e sempre colaborava com o jornal da escola (Tupi or not Tupi – Censa – Campos dos Goytacazes). Hoje posso dizer que sou realizado na minha profissão. Abandonei uma carreira nos jornais e revistas alheios para me dedicar ao meu projeto, a Lado A.


Antes, tive colunas em jornais locais, trabalhei de free lancer para grandes sites e jornais nacionais. Recebi alguns prêmios, algumas menções, ainda como estudante. Meus professores sempre diziam que eu seria um grande profissional, que venceria grandes prêmios, mas eu troquei todas as possibilidades por uma: me dedicar a um projeto particular, a minha própria empresa. Não me arrependo nem um instante. Até hoje aparecem propostas de emprego que superariam o que eu tiro do meu negócio, mas nem por isso me abalo. Amo o que faço.


Abandonei minhas colunas assim que me censuraram. Nasci jornalista para ser livre. Para poder criticar e buscar aquilo que eu mais sei fazer: observar e opinar, ajudar os outros, resgatar histórias. E vibro a cada conquista profissional, como uma criança.


Talvez não tenha sido uma escolha, assim como ser gay. A gente não escolhe, a gente apenas é e pronto. Apesar de ultimamente a minha profissão estar sendo alvo de acusações quanto a sua responsabilidade e direito de exercício, com a cassação do diploma obrigatório e da lei de imprensa, sinto que o jornalismo está acima de regulamentações. O jornalismo é necessário e poderoso, a credibilidade dos profissionais se faz no exercício da profissão e não por meio de um diploma. Por isso não me afeto tanto quanto a isso tudo. Tão pouco com concorrências, ninguém é dono de nada, o mercado está aberto para todos e ele quem seleciona os melhores.


Vejo tanta gente querendo mudar de área depois de anos de profissão, acho que acertei desde cedo, apesar de ter feito publicidade e administração parcialmente, antes. Com certeza o mercado para os novos jornalistas é complicado, dei sorte ou era uma questão de destino profissional? Não sei responder. Só sei que não posso deixar de agradecer a todos que colaboraram com a minha formação e sucesso profissional, os leitores e apoiadores.


Para quem está infeliz com a profissão, dou como dica que busquem o quanto antes novos ares. É possível sim amar seu trabalho, ganhar dinheiro com qualquer negócio que amem, e isso faz uma grande diferença em toda a nossa vida.


Foto: Lis Catenaci (2008)

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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