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Um pouco de clímax

Redação Lado A 09 de Agosto, 2010 21h40m

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Perto! Talvez distante? Não importa o quanto de certeza você tem, espere! Espere mais e mais! Tempo suficiente para entender que a vontade do outro não é exatamente a certeza do teu sempre, que pertence as tuas vontades. Então se mudado o que estava fluindo na correnteza do bom viver, do bem estar e querer, o não dito com o não pensado, talvez, simplesmente incomode. Nada é o que parece ser!

Não que o ar tenha faltado, o tempo é que foi vencido. Ainda assim, quando não presente, talvez sinta a ausência, talvez não, ou mesmo seja uma forma de não querer dividir a criação, de que entendas o caminho das águas que corre ao lado do velho medo, primo do receio!
Independente do que realmente se é ou se quer, dentro do carro, com o ar quente, ainda se pode sentir calor no inverno. Ainda é permito amar! Lá, a música também não para, o mundo é exatamente só teu e divido por momento com outro alguém, porém jamais será perpétuo, viva Clarice Linspector!

As expectativas das mudanças, ora de lugar, ora de sentimento, trata-destratando o que já está feito. A Hortência, a vela amarela, o casal da felicidade e a caixinha recheada em seu interior de proteção, lembram da presença do elefante preto, que agora é um presente ofertado.
Quando desejamos que a pessoa simplesmente seja lançada para o patamar mais alto, a tromba representaria, para o alto, a fortuna. Se pra baixo, a saúde. Então decida ou permita o sorteio do destino.
Fortuna no momento eu daria ao presente de viver em diversos lugares, todas as emoções possíveis, porque este é meu maior pecado! Meu desejo mais intenso?

Viver e estar em todas as direções! Minhas flechas lançadas para todos os lados, porém sempre para cima, o tanto quanto distante elas puderem alcançar, assim me fosse permitido, teria todos os bilhetes possíveis e imagináveis, a começar por Bali.

Saúde no momento eu desejaria a minha mãe, que sofre com o excesso de sobrecarga que os anos lhe deram nas articulações, lembro do dia que a bicicleta era ombro, braço amigo, no carregar no peso ao supermercado. Enquanto do outro lado da rua ela era usada como passe livre em domingos de verão. Mágoa, no momento eu esqueceria e perdoaria a todos os pequenos, grandes amigos e mesmo o oposto deles.

Fui tão longe pra começar a falar de um garoto que tentou jogar bola, mas descobriu que seu talento estaria na imagem registrada no momento que paramos o presente, perpetuamos o passado e lançamos ao futuro o melhor de nós! Seria eu então produtor ou produto? Me foi dito que não caberia a mim, pois prefiro comer de todo o bolo, o melhor pedaço, que acompanha a cereja. Seria eu então o clique ou o clicado? Me foi dito que seria perfeito. Então apostaria no que me foi dito ou acreditaria no que desejo?

Desejo escrever! O quanto eu mais consiga, o quanto mais eu deva e se me permitido for, desejo perpetuar em produções e imagens, toda a minha capacidade de criar, transformar e reinventar o belo.
Então caminho agora em rota segura para a minha maturidade profissional, e que nela, não seja fase última do meu tentar.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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