Fidel Castro assume culpa por perseguição contra gays em Cuba

O ex-presidente ditador de Cuba, Fidel Castro, assumiu nesta segunda-feira, 31 de agosto, em entrevista ao jornal mexicano La Jornada que é ele o responsável pela perseguição aos homossexuais no país. Segundo o próprio ex-ditador, foi ele quem marginalizou os homossexuais da ilha os acusando de “contra-revolucionários” e os mandando para trabalhos forçados em campos agrícolas.

“Sim, foram momentos de grande injustiça, uma grande injustiça! Fomos nós que fizemos, fomos nós… Estou tentando diminuir minha responsabilidade em tudo isso, porque, pessoalmente, eu não tenho esse tipo de preconceito”, lamentou o revolucionário que marcou história ao lado de seu companheiro Che Guevara.

Apenas em meados da década de 90 é que a perseguição contra os homossexuais diminuiu consideravelmente. Mas é importante lembrar que mesmo com o aumento da tolerância no país, os gays continuavam sendo repreendidos pela polícia nacional. Contudo, para mudar a situação gerada pela política ditatorial da ilha, Mariela Castro, sobrinha de Fidel e filha do atual presidente de Cuba, há alguns anos tem saído em defesa das minorias no país.

“Estou preparando uma carta para a direção do PCC (Partido Comunista de Cuba), onde estou solicitando que essas pessoas (comunidade LGBT) não sejam discriminadas pela sua orientação sexual ou orientação de gênero”, afirmou Mariela em declarações à imprensa cubana. Desde 2008, os transexuais podem se beneficiar da saúde pública passando por cirurgias de adaptação de gênero.

Pouco tempo após completar 84 anos, Fidel reapareceu em público depois de passar quatro anos completamente fora da mídia para tratar de uma doença no intestino. O ex-ditador nunca revelou qual doença o afetou, a qual o forçou a passar seu governo de mais de 48 anos para o irmão, Raul Castro, em julho de 2006.

Em entrevista ao jornal La Jornada, Fidel disse que chegou a perder a vontade de viver. “Cheguei a morrer, mas ressuscitei num mundo de loucos”, declarou ao jornal. O ex-presidente aproveitou a entrevista para denunciar que o embargo econômico, financeiro e comercial imposto pelos Estados Unidos contra Cuba desde 1962, nunca deixou de existir, como o governo americano declara.