Pastor vereador de Bauru – SP se nega a aprovar projeto com sigla LGBT

No dia 1º. de setembro, uma exaustiva discussão na Câmara de Vereadores de Bauru mostrou o quanto inadequado pode ser um pastor preconceituoso e vereador. Durante a aprovação do projeto de lei que institui a Semana de Combate ao Preconceito e à Discriminação da cidade, o vereador Pastor Sakai (PP) fez questão de excluir a sigla LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) do projeto. Como não conseguiu somente retirar a sigla, acabou optando por fazer uma emenda retirando também os outros segmentos como crianças, adolescentes, negros, mulheres, idosos e pessoas com deficiência.

“A discriminação se dá exatamente porque, ao se generalizar, se discrimina as diferenças. Até que ponto essa Casa vai manter leis preconceituosas por elas serem genéricas”, protestou João Winck, coordenador da ABD – Associação Bauru pela Diversidade após a derrota de 7 a 8 votos para a alteração da matéria.

O projeto foi apresentado na casa legislativa pelo prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) e acabou saindo de lá genérico, sem dizer quais tipos de preconceito combate. Antes de seguir o tramite das comissões, o vereador evangélico tentou substituir a sigla LGBT por “opções sexuais”, o que foi rechaçado pelo prefeito. O pastor então uniu mais oito colegas e aprovaram uma modificação retirando todos os segmentos, com o propósito e desculpa de universalizar o projeto. “A emenda apresentada deixa o projeto mais abrangente”, teria dito o político religioso.

Para rede de jornais Bom Dia, do interior paulista, o preconceito não pode ser escondido. “As pessoas que sofrem preconceito por serem gays, negros ou deficientes precisam ter seus nomes citados em projetos que versam sobre combate aos preconceitos. É uma ação afirmativa importante para eles. Pena que a atual Câmara não teve a sensibilidade necessária”, afirmou o veículo em editorial.