Escolas de Curitiba não são ambientes seguros para homossexuais

A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED) revelou na semana passada a parcial paranaense de uma pesquisa nacional sobre Homofobia nas Escolas, do Ministério da Saúde. No total, no ano passado, 1.412 professores, gestores e estudantes foram ouvidos em 11 capitais brasileiras. A conclusão do órgão de educação do Paraná é que apesar de muito ter sido feito, o caminho ainda será longo para se chegar a uma escola que respeita a diversidade.

“A devolutiva da pesquisa, realizada em Curitiba, sobre homofobia na escola é muito importante para subsidiar as políticas de gênero e diversidade sexual em todo o estado do Paraná”, comentou Wagner Roberto do Amaral, chefe do Departamento da Diversidade da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Dedi/SEED).

Baixa autoestima, abandono escolar, depressão, baixo rendimento e casos de suicídio são alguns dos indícios que o ambiente escolar não é justo como homossexuais, que sofrem preconceito até dos professores. 9 mil dos aproximadamente 85 mil docentes da rede estadual de educação já teriam passado por treinamento coordenado pelo Departamento de Gênero e Diversidade do núcleo que prepara os docentes do estado para o respeito às diferenças.

Para Margarita Diaz, que coordenou o estudo, Há um consenso de que existe preconceito e que os docentes não sabem lidar com isso. Em geral, associa-se a homofobia somente com a agressão física e não com as demais manifestações”. Segundo ela, a homossexualidade é mais “tolerada” quando é velada, discreta, conforme confirmou em depoimento dos professores. Homossexuais assumidos sofrem mais e travestis são as maiores vítimas desse preconceito. A falta de preparação dos professores e diretores faz com que homossexuais sejam vítimas de violência e a escola não se posiciona contra este preconceito.