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Pesquisa investiga se infidelidade e promiscuidade tem causa genética

Redação Lado A 01 de Fevereiro, 2011 15h28m

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Um estudo realizado com universitários americanos sugere que a genética e a liberação de dopamina influenciam o comportamento sexual dos indivíduos. O estudo conduzido por pesquisadores da Binghamton University, de New York, com 181 jovens (118 homens e 63 mulheres), próximos aos 20 anos de idade, aponta que variações em um gene específico, receptor de dopamina D4, ocasionariam comportamentos sexuais semelhantes em indivíduos com essa característica.


O estudo foi publicado em dezembro na revista PlosOne e foi composto de uma pesquisa por questionário e coleta de material genético. Dentre os participantes, foram separados aqueles com mais alelos no gene receptor de dopamina D4. Aqueles com mais de 7 repetições apresentavam maior número de transas de uma noite ou traição, enquanto os com menos alelos eram mais “comportados”.


O estudo se baseou em pesquisas que sugerem que a neurotransmissão atua na vida sexual com o mecanismo de recompensa, a dopamina liberada dá a sensação de satisfação. Pessoas com mais de 7 repetições de alelos no gene que controla o mecanismo receptor de dopamina teriam maior necessidade de liberação dessa substância, por esta razão se aventurariam com mais freqüência. Ou seja, teriam uma tendência maior a serem sexualmente promíscuos e infiéis.


Porém, esta característica pode ser vista de duas formas, como lembraram os cientistas em sua conclusão. Aplicando o conceito de seleção natural, aqueles com maior predisposição a promiscuidade possuem mais chances de espalharem seus genes. Sem falar na questão cultural, relativa a cada sociedade. Em um ambiente hostil, como aquele de qual descendemos na pré-história, um indivíduo monogâmico dificilmente teria seus genes espalhados, o que também implicaria diretamente da diversidade genética da espécie. Tem seus prós e seus contras.


Isso não quer dizer que quem traiu achou uma boa desculpa com a pesquisa pois ela descarta o determinismo. No estudo, 24% dos “comportados” revelaram ter traído ou ter tido comportamento “promíscuo”, enquanto 45% daqueles com mais repetições do alelo no gene alvo da pesquisa revelaram tal comportamento. Ou seja, todos tiveram índices de comportamento de sexo casual ou traição.

Redação Lado A

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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