Na sexta-feira do dia 15, Leandro Aparecido da Silva, 29, dono da boate gay em Maringá estava com duas amigas, Josiane (24) e Raiana (18) na praça Raposo Tavares, no Centro de Maringá, quando foram abordados por uma patrulha da Polícia Militar. Era no meio da tarde e os amigos haviam saído de um velório quando policiais armados iniciaram um procedimento padrão de abordagem. Os três estavam sentados na praça quando os policiais chegaram e fizeram a tradicional “batida”.
“Quando eles perceberam que se tratava de garotas, os policiais as insultaram, falando que era para elas tomarem vergonha na cara e se vestirem como mulheres” narrou o empresário que também foi vítima da homofobia dos policiais. As meninas usavam camiseta, calça jeans e boné e uma delas possui o cabelo curto. Ao saber que uma delas trabalhava em um lava jatos, um dos policiais retrucou “essa é macho mesmo” e decidiu fazer a revista das meninas, o que é proibido por lei, pois deve ser feita por uma policial feminina. “Se elas são os homens, você com certeza é a mulher”, zombou o policial.
O mesmo local foi palco do encerramento uma caminhada anti-homofobia, promovida no mês passado pelo mesmo grupo que agora era vítima do desrespeito policial. “Foi uma das situações mais constrangedoras da minha vida”, lamentou Leandro que junto às meninas denunciaram os policias do 4º. Batalhão Militar de Maringá. Agora eles aguardam uma investigação interna com os responsáveis pela abordagem irregular e contam com a punição da homofobia manifestada pelos policiais. O grupo espera ainda a entrada do Ministério Público no caso. Além de dono da boate gay Stravaganza, Leandro é militante e professor da Língua Portuguesa.
