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Parada de Londrina é cancelada pela organização depois de ameaça e revogação de licença

Redação Lado A 24 de Agosto, 2011 18h02m

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Depois de ter uma reação inesperada da população de Londrina, a ONG ASDACI – Associação de Defesa, Apoio e Cidadania LGBT de Londrina, resolveu cancelar o evento programado para o próximo dia 4 de setembro. Em nota, a entidade afirmou que a decisão veio depois que a prefeitura da cidade revogou as autorizações concedidas para a manifestação.


Segundo a transexual Bruna Marqueziny, madrinha da Parada, como o grupo formado era novo, não possuía utilidade pública municipal e a prefeitura queria cobrar uma taxa de 7 mil reais para o bloqueio do trânsito. Com ajuda de um voluntário que cedeu o CNPJ de uma associação de bairro, eles conseguiram a autorização mas se depararam com novas exigências e com a revogação da autorização já expedida anteriormente. Nesta terça-feira, o grupo recebeu ainda uma ameaça por telefone, onde uma pessoa dizia que “eles iriam ver no dia do evento”. Sem apoio das casas, dos políticos e com medo de represálias, o grupo preferiu cancelar o evento.



Leia a nota emitida pela ASDACI nesta quarta-feira:



Londrina, 24 de Agosto de 2011


A ASDACI vem por meio desta informar que o manifesto marcado para ocorrer no dia 04 de setembro de 2011 que tinha a maior parte das autorizações deferidas pelos órgãos públicos e que foram revogadas nesta ultima sexta feira, foi CANCELADO. Os motivo que levaram os diretores da ONG a tal decisão ocorreu nesta manhã, em uma reunião com os diretores executivos, onde foi levado em conta a nota divulgada ontem pela PREFEITURA MUNICIPAL DE LONDRINA, que colocava barreiras para que o manifesto não acontecesse, uma vez que o prazo para a elaboração dos documentos necessários para realização do manifesto no autódromo é longo, e faltam apenas 10 dias para a realização do manifesto. Outro motivo foi o cancelamento do contrato de vários apoios que a organização tinha, após a publicação da nota lançada na imprensa, os contratos foram cancelados uma vez que o mesmo perdeu a credibilidade sem o apoio da Prefeitura. A organização defende que o manifesto é um direito constitucional (Liberdade de expressão é o direito de manifestar livremente opiniões, ideias e pensamentos. É um conceito basilar nas democracias modernas nas quais a censura não tem respaldo moral), mas que deve ter o apoio da prefeitura para que fiquem os organizadores respaldados, de eventuais acontecimentos. A organização do evento também vem sofrendo diversas ameaças, para que o manifesto não aconteça, mais de acordo com a presidente da ASDACI Bruna Marqueziny, começa a partir de agora uma luta intensa pelos direitos dos homossexuais, e cobra dos vereadores leis municipais voltadas para o publico LGBT. Uma vez que nenhum vereador da cidade ou liderança política abraçou a causa, e lutou pelo interesse inicial da ONG que era promover o mesmo, diversas reuniões foram pedidas nos gabinetes dos vereadores, mais nenhum expressou interesse em participar do manifesto. “O que a organização do manifesto tem a dizer a todos, é que foram dias e noites de trabalho intenso, para que o manifesto acontecesse e pudesse trazer a Londrina o direito de expressão dos homossexuais, e mostrar que fazemos parte da sociedade e merecemos respeito. Igualdade entre todos e essencial para uma cidade que almeja desenvolvimento” (Anderson Silva). Estamos de luto, e pedimos a compreensão de todos aqueles que acreditaram em nós, nossa decisão visa a segurança de todos uma vez que fomos diversas vezes ameaçados, e sem apoio da Prefeitura sentimos uma fragilidade em realizar o manifesto, e no acontecimento de algum imprevisto, sermos acusados de realizar um manifesto sem o apoio da prefeitura. (Bruna marqueziny). “Manda quem pode, Obedece quem tem juízo” ASDACI – LONDRINA

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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