SP: Sindicalistas pedem reintegração de funcionário de indústria demitido por ser homossexual

Por meio de seu site, a Conlutas – Central Sindical e Popular de São Paulo denunciou a demissão de um trabalhador da fábrica de auto peças Intertrim, de Caçapava, interior de São Paulo, e pede a readmissão imediata do trabalhador. José Benedito Atidio, homossexual assumido, foi demitido depois de denunciar uma perseguição promovida por seu chefe imediato para o Departamento de Recursos Humanos (RH) da empresa. Outro colega de trabalho que corroborou a denúncia também foi mandado embora, segundo o sindicato. A empresa faz parte do grupo espanhol Antolin, que atua na fabricação de peças para automóveis em diversas partes do mundo.

O chefe de Atidio teria perseguido o trabalhador com piadas discriminatórias, deboches e outras formas de humilhação até que o chefe do setor onde Atidio trabalhava o assediou, colocando a mão dentro se suas vestes, com o propósito de descobrir se ele havia colocado silicone. O funcionário foi se queixar imediatamente ao departamento de RH e teria sido demitido no dia seguinte.

Para a CSP-Conlutas, “esse episódio é uma demonstração de como o preconceito e
a homofobia são usados pelos patrões e seus chefetes para dividir, humilhar e supererxplorar a classe trabalhadora. Não admitimos que um companheiro sofra este tipo de assédio no seu local de trabalho e ainda por cima seja punido com a demissão. Pelo contrário, quem deve ser demitido é o agressor, o chefe em questão” defende a entidade que pede a readmissão imediata do trabalhador demitido.

“E afirmamos categoricamente que cada vez que um trabalhador ou trabalhadora é discriminado por racismo, machismo ou homofobia, o conjunto da nossa classe é atacada. Por este mesmo motivo, todos os trabalhadores e as suas entidades de luta devem sair na defesa intransigente deste companheiro e de todos aqueles que sofrem com a discriminação. Somente unidos podemos fazer frente aos ataques que as empresas nos impõem”, diz o manifesto dos sindicalistas.