Bradley Manning estaria sofrendo tortura na prisão, diz ONU

O cabo raso Bradley Manning, 24, preso em maio de 2010, acusado de vazar informações sigilosas ao site Wikileaks, expondo os EUA a um dos maiores vexames diplomáticos da história, estaria sendo trancafiado por períodos de quase 24h e sendo tratado como condenado, apesar de ainda não ter sido julgado. Um relatório divulgado após 14 meses de investigação por uma equipe da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre tortura, chefiada por Juan Mendez, apontam suspeita de tortura no período de 11 meses das investigações. A relatoria afirma que Manning recebeu tratamento “cruel, desumano e degradante”.

“O relator especial concluiu que a imposição de condições punitivas de detenção em alguém que não tenha sido considerado culpado de qualquer crime é uma violação ao seu direito à integridade física e psicológica, bem como de sua presunção de inocência”, afirma o documento da ONU.

Manning seria no Iraque quando repassou as informações ao site que publicou dados na internet. Ele é acusado de “cumplicidade com o inimigo, “incentivar a publicação de informações na internet, sabendo que seriam acessíveis ao inimigo”, “roubo de propriedade e arquivos públicos”, “utilização de programas não-autorizados com informações confidenciais” e “violação das regras das Forças Armadas” e pode pegar prisão perpétua pelos crimes.

Outra face da notícia é o fato de Manning ser homossexual. As informações teriam sido repassadas a um CD gravável simulando ser o CD da Lady Gaga que o soldado fingia escutar. Há rumores de que o soldado agiu de tal forma para retaliar o tratamento preconceituoso que recebia de seus superiores na caserna.