ONU solicita que Chile crie lei após assassinato de homossexual

A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio do seu Comissariado para os Direitos Humanos, denunciou nesta sexta-feira a morte do homossexual de 24 anos, Daniel Zamudio, espancado e torturado por quatro neonazistas em Santiago, no Chile. A organização pediu que o país adote uma lei que puna os crimes cometidos por preconceito contra a orientação sexual de pessoas não heterossexuais.

O jovem foi agredido em 3 de Março por quatro simpatizantes neonazistas, e morreu por causa dos ferimentos após ficar 22 dias em coma, conforme foi publicado aqui mesmo na Lado A. Fotos de Zamudio divulgadas pela família mostraram que o jovem sofreu inúmeros golpes na cabeça e foi queimado com cigarros. Além disso, os agressores marcaram a barriga do jovem com uma suástica.

O crime, segundo informações locais, ocorreu após o movimento LGBT chileno das os seus primeiros passos em prol da plena cidadania LGBT. No ano de 2011, o presidente chileno Sebastián Piñera apresentou um projeto de lei sobre a família que inclui o reconhecimento civil de casais gays, mas o projeto não avança no Parlamento desde então. Todavia, após o infeliz acontecimento, o governo propôs um projeto de lei contra a discriminação, que já foi aprovado pelo Senado e aguarda votação na Câmara.

Os três jovens acusados pelo crime foram presos no dia 9 de Março, e apesar de nada indicar que os rapazes possuam algum tipo de descendência “ariana”, a polícia localizou livros e símbolos sobre nazismo na casa dos suspeitos.