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Sociáveis por natureza, uni-vos

Redação Lado A 10 de Abril, 2012 19h23m

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excluir
ex.clu.ir
(lat excludere) vtd e vpr 1 Deixar(-se) de fora, não incluir(se); omitir(-se): Nada excluímos da bibliografia. Excluiu-se da rodinha dos mexeriqueiros. vtd 2 Impedir a entrada de; recusar, rejeitar: Esta comunidade exclui os levianos. vtd 3Pôr fora de; expulsar: Cristo excluiu os vendilhões do templo.vtd 4 Privar da posse de alguma coisa: O pai excluiu-o da herança. vtd 5 Ser incompatível com: O caráter cristão exclui a mentira. vtd 6 Afastar, desviar.

Exclusão social
A população LGBT, assim como outras minorias, sabe muito bem o significado prático deste verbo e desta expressão terrorista que aflige a milhares, tendo em vista que, quando crianças, muitos já são excluídos nas escolas, por exemplo. Crianças, LGBT ou não, inevitavelmente, crescem e tornam-se adultos. Você deve agora estar pensando: “isso é óbvio! Isso eu já sei”.

O questionamento que desejo levantar a partir da afirmação anterior é o seguinte: “O que leva um indivíduo excluído na infância a crescer, amadurecer, e tornar-se um adulto que exclui? Ou um adulto que SE exclui?”. A resposta da primeira pergunta é simples: o fenômeno ocorre por questões psicológicas. A criança acaba absorvendo estereótipos e praticando ações idênticas as que sofreu na infância (claro que a minha explicação aqui é rasa, mas para fim de entendimento, serve). Porém, qual é o fator que motiva a auto-exclusão?

A resposta da segunda pergunta já é mais complexa, então, para tentar respondê-la, afinal, o objetivo desse texto é esse, coloco em questão o pré-conceito. Não o pré-conceito em relação aos outros, mas aquele em relação a si mesmo. Aquele que nos faz formular hipoteticamente opiniões que os outros possuem de nós. Trata-se do medo, do receio da não aceitação intrínseca a qualquer ser humano.
 
As pessoas deixam de sair, de falar, de conhecer, de se relacionar. Colocam barreiras sociais para si e passam a direcionar para outros os mesmos olhares que a sociedade preconceituosa impôs a ela durante a vida inteira.

Então, sejamos francos: qual é o ser humano que tendo sofrido preconceito durante todo o seu desenvolvimento social chegará à vida adulta sem temer a opinião alheia? Todos nós tememos, e é aí que mora o problema: nos outros. Sartre, o filósofo tão citado em tudo quanto é canto, já dizia: “o inferno são os outros”.

Proponho para tal problema uma reação! Mas não quero com isso escrever um texto “mimimi”. Quero apenas lembrar que qualquer tipo de generalização é perigosa. Caros leitores, nem todos olham torto, nem todos violentam sua liberdade, nem todos, mas isso só perceberemos se permitirmos aproximações. É necessário nos abrirmos para o mundo, para os outros. E isso é uma tentativa de torná-los, diferentemente da afirmação sartriana, o nosso céu. E se eles olharem torto e nos menosprezarem como a inocência cruel das criancinhas fez tantas vezes, é só mandar aquele beijo no ombro e manter a cabeça erguida.
 
Temos que ter a plena certeza de que o diferente não é errado, é apenas diferente. Deixemos nossa “agressividade defensiva” de lado, sejamos seres sociais, coloquemos nossa necessidade de participar da sociedade que Bordenave tanto citou em prática. Vivamos! Só assim poderemos mostrar que existimos, somos cidadãos, e queremos, como qualquer outro ser humano, interagir.

Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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