Argentina tem escola para travestis em subúrbio de Buenos Aires

Por aqui, as travestis ganharam recentemente celas especiais nos presídios, para manter a segurança e integridade desta comunidade. Com o mesmo objetivo mas com pensamento infinitamente mais construtivo, a Argentina inaugurou este ano sua primeira escola para travestis e transexuais. Com 25 vagas para cursos de 3 anos, a escola promove a formação em nível fundamental.

Com alinhamento de pensamento com o pedagogo brasileiro Paulo Freire, a escola oferece cursos multidisciplinares, com aulas em mesas redondas onde professores e alunos ficam no mesmo nível. O Bachillerato Popular Mocha Celis, leva este nome em homenagem a uma travesti indígena analfabeta, assassinada em Buenos Aires por um policial. O projeto fica na periferia de Chacarita, em um prédio compartilhado por diversas ONGs.

Estima-se que a expectativa de vida de uma travesti na Argentina seja de 35 anos de idade por causa da marginalidade em que são obrigadas a viver. “Nós queremos lhes dar a possibilidade de se formar e ter uma opção de vida que não seja a prostituição. Na escola regular, as transexuais se sentem violentadas desde a chamada de classe, quando geralmente se usa o nome de nascença. O mesmo para o caso de garotos”, pontua Francisco Quiñones, coordenador da escola e idealizador do projeto.