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O que vem depois da Avenida Brasil?

Redação Lado A 16 de Outubro, 2012 00h11m

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Por Leandro Allegretti
 
Eu não sou muito de ver novelas, vejo mais seriados americanos. Mas Avenida Brasil mudou minha rotina de uma forma que, em alguns momentos da trama, eu deixei de ir à faculdade e/ou recusei convites que fossem me tirar de frente da televisão às 21hrs.
Sei que pra quem odeia novela, isso é idiotice. Mas para mim foi necessário porque pude sentir o gostinho de apreciar a produção nacional de algo que é tido como representativo do país em entretenimento lá fora: a telenovela. Fazia muito tempo que não sentia essa adrenalina. Que não vibrava com as cenas e me divertia com tantos personagens. 
 
Na reta final, o João Emanuel Carneiro cagou tudo sim. Mas acho que mais por culpa da Globo. A novela tinha data prevista para terminar e ele deve ter escrito a história contando com isso. Daí a toda poderosa emissora quis aproveitar o sucesso da novela e a esticou, fazendo com que o autor tivesse que alongar a trama. Assim, as cenas, que antes corriam num ritmo acelerado a ponto de nos deixar sem fôlego, ficaram num lenga lenga chatíssimo.
E mais, essa coisa de “quem matou o Max?” é batidíssima, ninguém vai superar “quem matou Odete Roitman?”. Não é porque Avenida Brasil bateu recordes de audiência não vistos em 10 anos de programação da Globo que pode-se colocar qualquer coisa na trama apostando que vai dar certo. 
 
O Max nem foi tão importante na trama assim para tentar emplacar esse suspense. Agora, se a Carminha tivesse sido assassinada, seriam outros quinhentos.
 
Bom, a novela está no fim. Alguns momentos dela ficarão na memória do povão, como o da Nina sendo enterrada viva, a Zezé cantando e dançando ‘eu quero ver tu me chamar de amendoim”, o Adauto em cima da árvore, a Suelen maltratando clientes da loja do Dijalma, etc. Além do que, os tuiteiros de plantão ficarão órfãos de tuitar “oi oi oi” na hora da abertura.  
 
Fogo é parar pra pensar que nada mais será tão bom quanto essa novela do João Emanuel Carneiro onde a qualidade da produção e o plano sequência da maioria das cenas foi de matar de orgulho. Só me resta perguntar uma coisa: o que vem depois da Avenida Brasil? 
Aqui em Sampa, vem a Avenida Henrique Schaumann. Oi oi oi!
 
Leandro escreve para o doqueosgaysgostam.com e não pretende assistir ‘Salve Jorge’, de Glória Perez.
 
 
Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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