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Em espécie de peixe tropical, macho gay atrai mais as fêmeas

Redação Lado A 20 de Dezembro, 2012 18h34m

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A espécie de peixe de água doce Molinésia é natural da região da América Central e também da Amazônia, e faz parte de uma das famílias mais comuns de peixes de aquário, conhecidos por serem pequeninos, resistentes, coloridos e pacíficos, além de procriarem com facilidade em ambientes controlados. 
 
No início deste mês, a revista científica Biology Letters publicou um estudo da Royal Society inglesa, coordenado por uma equipe de cientistas alemães, que concluiu que exemplares da espécie Poecilia mexicana, também conhecida como Molinésia Negra, machos se passam por fêmeas para atraírem a companhia de fêmeas com quem acasalam. Aparentemente, os peixes perceberam que, como diria Woody Allen, a “bissexualidade imediatamente dobra as chances de se dar bem sábado à noite”. Para a pesquisa, o comportamento homossexual dos machos é, possivelmente, uma estratégia para atrair as fêmeas. 
 
Os cientistas do departamento de Ecologia e Evolução da Universidade de Frankfurt selecionaram exemplares na cidade de Tampico, no México, e observaram o comportamento dos peixes em laboratório. Eles acreditam que a atitude homossexual dos peixes aumenta o poder de atração de fêmeas quando eles se comportam como fêmeas. As fêmeas se sentiriam mais atraídas por machos que viram copulando com outros machos. Para o pesquisador David Bierbach, o mecanismo descoberto poderia explicar a ocorrência e persistência da homossexualidade em diversas espécies animais. 
 
Segundo a pesquisa, os exemplares pouco vistosos eram os que apresentavam maior tendência a comportamentos homossexuais, conseguindo assim serem notados pelas fêmeas e ganhando maior importância no grupo. Os machos mais coloridos rodeavam as fêmeas e tentavam bloquear o acesso dos outros machos a elas. Os que se passavam por fêmeas conseguiam não apenas acesso ao macho, como também as fêmeas.
 
“O comportamento homossexual masculino – encontrado em todo o reino animal – permanece um enigma, como se o comportamento de pares do mesmo sexo diminuísse a atividade reprodutiva masculina… Na maioria das espécies, machos que possuem atividade sexual com o mesmo sexo também possuem com fêmeas, e em teoria, pares do mesmo sexo poderia até aumentar a atividade sexual reprodutiva se os machos com isso aumentassem suas chances de conseguissem mais pares heterossexuais”, defende o cientista alemão.
 
 
 
Redação Lado A

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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