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Balneário Camboriú: Clube 2me nega agressão a jovem gay e diz que grupo promovia algazarra

Redação Lado A 08 de Abril, 2013 03h20m

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De forma a não se comprometer com o caso do jovem André Barbosa, 22 anos, agredido por dois seguranças do lado de fora do clube “2me music essence” do grupo Green Valley, na Barra Sul, em Balnário Camboriú, na madrugada deste Domingo, a empresa emitiu nota oficial se pronuciando sobre o acontecido, dizendo que não possui preconceitos. A nota diz que o assunto será averiguado mas mostra que a casa não pretende assumir responsabilidade nesse momento.

O clube destaca em sua nota o interesse da coletividade e acusa o grupo de não se comportar, promover tumulto e diz ainda que o rapaz agredido avançou sobre um segurança depois que outro se negou a pagar a comanda. Relatam ainda que houve uma garrafada que gerou a confusão.

A nota diz ainda “sim a uma situação gerada em razão da conduta inapropriada por um grupo de clientes, promovendo agitação, empurra-empurra e gerando incomodo em vários clientes”, o que imputa aos clientes agredidos responsabilidade pela violência covarde que se seguiu do lado de fora da casa.
 

Veja a nota da 2me music essence, publicada no Facebook da casa:

O ‘2me music essence’ se pronuncia oficialmente sobre o ocorrido na ultima sexta feira que está circulando nas redes sociais.

 
Primeiro queremos declarar que o club não tem nenhum tipo de preconceito com seus clientes, sempre recebemos a todos independentemente de cor, credo ou orientação sexual. Todos são muito bem vindos no club.
 
Importante destacar que o fato de sexta feira não tem qualquer conotação relativamente a opção sexual, como algumas pessoas tem conduzido o assunto, mas sim a uma situação gerada em razão da conduta inapropriada por um grupo de clientes, promovendo agitação, empurra-empurra e gerando incomodo em vários clientes.
 
Como é sabido, nós temos responsabilidade com uma coletividade (todos os que estão frequentando) e então precisamos agir para manter o ambiente na maneira mais agradável. Jamais podemos permitir que um determinado grupo faça sua própria festa em detrimento aos demais frequentadores. Vale dizer ainda que esse comportamento íntegro e de respeito ao próximo se espera seja de homem, mulher, casal, independentemente da opção sexual. Nós precisamos é manter um todo de forma harmoniosa e alegre, isso é o que tentou-se fazer. 
 
Com os depoimentos na delegacia e testemunhas constatamos que o ocorrido foi que o grupo estava agitado, empurrando, incomodando demais clientes e, então necessário se fez uma abordagem, que foi feita através de um dos rapazes da produção, no sentido de solicitar para que o grupo se contivesse um pouco em sua euforia, informando que demais clientes estavam incomodados pelo mal comportamento deles. Os mesmos não foram nada receptivos, muito pelo contrário, uma das pessoas que compunha o grupo agrediu nosso profissional da produção com um tapa no rosto, sem qualquer sentido. Ato seguinte, um segurança se aproximou para defender o produtor e levou uma garrafada na boca de um dos rapazes. Assim sendo, pelas próprias reações do grupo aqui descritas e constantes no BO e relatado por testemunhas, a uma simples solicitação para que se contivessem, nos leva a crer, em análise superficial que este grupo realmente não estava se comportando adequadamente. Logicamente, após essas reações, o grupo foi retirado do club, pois o bem da coletividade se fazia mais que necessário. 
 
Não suficiente a geração de todo ocorrido dentro do club, uma das pessoas que estava neste grupo, ao chegar no caixa, negou-se a pagar sua conta quando então foi abordado por um segurança e o garoto, imediatamente, revidou a abordagem verbal através de uma agressão física, promovendo uma briga naquele momento. Importante destacar que este segurança, sequer estava dentro do club no momento do primeiro ocorrido, o que deixa ainda mais evidenciado que o fato em nada tem relação à opção sexual do cliente.
 
Os relatos aqui declarados constam em Boletim de Ocorrência, foram evidenciados por testemunhas e demais pessoas que compõem a equipe do 2ME. Iremos promover abertura de auditoria interna para melhor ainda esclarecer os fatos, ficando certo que em toda situação necessário se faz a ouvida de todas as versões, sob pena de promovermos um pré-julgamento errado. Nossa equipe de segurança é terceirizada e foi afastada logo que tivemos conhecimento do ocorrido, permanecerá afastada até que se conclua a auditoria aberta.
 
Declaramos, por fim, que toda a direção do 2ME promoverá tudo que necessário for até a conclusão dos trabalhos.
 
Redação Lado A

SOBRE O AUTOR

Redação Lado A

A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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