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Pastor Marcos Feliciano diz que está sofrendo, passando dificuldades e pede que evangélicos saiam às ruas

Redação Lado A 05 de Abril, 2013 15h24m

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Participando do 12º Congresso Profético Internacional, em Salvador, Bahia, ontem, o deputado federal Marco Feliciano pediu maior envolvimento da comunidade “crente” em sua defesa e informou que está passando dificuldades por conta dos protestos que vem sofrendo desde que assumiu a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Ele afirmou ainda que a oração é a desculpa dos covardes e não é suficiente.

Feliciano criticou um seminário sobre sexualidade que teria acontecido na comissão da Câmara, diz que chorou, não teve direito de se manifestar e foi retirado da sala. Ele afirmou que no evento, apoiado pelo MEC e UNICEF, defendiam que atos de homossexualidade de crianças pequenas não deveriam ser interrompidos. Para aumentar a crise, o pastor continua a defender seus pontos de vista, em dizer que estão limitando seu direito de expressão e perseguindo-o por ser evangélico. Na semana passa, um de seus assessores chegou a dizer que homossexuais adotam crianças para estuprá-las.

“Dai essa comissão cai na minha mão. Sabe Deus o porque. Eu já pedi a Deus: O Senhor me explica porque eu estou sofrendo mais do que você pode imaginar. Eu não tenho mais vida. Eu estava no aeroporto de São Paulo e me hostilizaram. Eu tenho 15 igrejas que plantamos nesses quatro anos. As igrejas estão trabalhando de portas fechadas. Eles vão e fazem obra de feitiçaria na porta da igreja. Depredam a igreja, picham a Igreja. 70 pessoas cercaram o meu carro, eu estava com duas crianças, eu tenho duas filhas pequenas de 10 e 11 anos. As crianças se esconderam debaixo do carro aos gritos e aos prantos porque eles chacoalhavam o carro com cartazes com dizeres horríveis, com palavrões e com gestos obscenos. Eu recebi mais de 100 ameaças de morte”, desabafou o pastor no encontro, afirmando que o motivo do movimento contra ele é porque ele propôs uma lei contra a decisão do STF sobre a união estável e o casamento LGBT, por ele ser defensor da família.

O pastor afirmou estar sofrendo, clamou para os artistas evangélicos a reagiram, bem como a comunidade para defender a família e defender “seu irmão” e deu ainda exemplo da França onde 1 milhão de pessoas foram as ruas contra o casamento gay. Disse que se o PL 122 for aprovado, vai acontecer o mesmo com todos os pastores. “Eu estou sofrendo sabe porque, porque a igreja não tem coragem. Os líderes,onde estão os nossos líderes, onde estão os cantores? Caetano Veloso se reuniu com os cantores e artistas e fizeram um ato contra mim, a atriz Fernanda Montenegro, uma anciã, junto com outra senhora deram um beijo em repúdio contra mim. E cadê os nossos irmãos, os famosos aqui da Bahia, que foram convertidos, que poderia fazer um movimento em prol da família, mas eles tem medo, a agenda deles caíram também. O que esta acontecendo comigo hoje é o que vai acontecer com todos os pastores do Brasil se o PL122 for aprovado”, Depois de dizer que os gays obrigariam as igrejas a casá-los, mais uma vez ele se comparou e citou a Martin Luther King e ainda a outro mártir evangélico, atualmente preso no Irã, a quem disse que vai tentar ajudar. 

“Eu não tenho mais nem liberdade para respirar. Eu estou passando necessidade”, disse ele. O pastor estaria enfrentando dificuldades para pagar o contrato que tem com a rede de TV CNT e a emissora deu um prazo para ele normalizar os pagamentos e reduziu seu horário na grade. Feliciano teria pedido ajuda a Igreja e outros pastores mas não teria recebido. Com a queda na sua arrecadação, formada por eventos que foram cancelados e doações em suas igrejas em baixa, ele estaria passando por dificuldades financeiras por conta do alto custo de sua estrutura.

Do lado de fora, manifestantes pró e contra Felicianos gritavam e cantavam. Um pastor batista chegou a se assumir ex-gay e disse que tem amigos em “recuperação em clínicas”, defendendo a cura da homossexualidade e dizendo que deixou de ser gay há 18 anos.

Confira o relato do deputado pastor:

 

 

 
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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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