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MG: Fazendeiro é condenado após 11 anos por assassinato de jovem bailarino gay

Redação Lado A 28 de Agosto, 2013 14h13m

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Na noite desta terça-feira, o Tribunal do Júri de Belo Horizonte condenou a 14 anos de prisão o zootecnista Ricardo Athayde Vasconcelos, 58, por homicídio duplamente qualificado. Por motivo fútil e sem chance de defesa ao ator, coreógrafo e bailarino Igor Leonardo Xavier, 29, em março de 2002, em Montes Claros, Norte de Minas Gerais.  Segundo a promotoria, o assassino e a vítima mantinham um relacionamento amoroso. Na época, o irmão de Vasconcelos era prefeito da cidade de Montes Altos. Seu filho, supostamente participante do crime, Diego Rodrigues Athayde, 29, foi absolvido.

Na versão da defesa, Vasconcelos matou o bailarino ao o flagrar apalpando seu filho, então com 18 anos, mas negou homofobia. Já na versão da acusação, os dois mantinham um relacionamento e foi um crime passional. Durante as investigações, o acusado chegou a dizer que tinha “horror a homossexuais”, mas a homofobia não foi considerada durante o julgamento e nem o acusado questionado sobre isso. “Aquela cena me deixou atordoado. Peguei as duas armas e tropecei quando fui em direção a ele, aí houve o primeiro disparo acidental. Chegamos a cair no chão e entrar em luta corporal, e aí vieram os outros tiros”, declarou o acusado em seu depoimento, corroborando a versão de que matou o jovem por ter assediado seu filho.

O corpo de Xavier foi abandonado em uma estrada. Os crimes de ocultação de cadáver e fraude processual prescreveram antes do julgamento. A vítima teria ido à casa do assassino à convite do mesmo, depois de se conhecerem em um bar e conversarem sobre filosofia, alega a defesa, que insistiu na tese de que o morto assediou o filho do fazendeiro, hoje estudante de Direito.

O filho alegou ao juiz que não se afastou do bailarino ao ser apalpado pois tentou manter a educação, que se considerava uma criança e por isso ajudou o pai a limpar a cena do crime. O pai respondeu pelo crime em liberdade e pode ainda ter a pena reduzida.

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A Revista Lado A é a mais antiga revista impressa voltada ao público LGBT do Brasil, foi fundada em Curitiba, em 2005, pelo jornalista Allan Johan e venceu diversos prêmios. Curta nossa página no Facebook: http://www.fb.com/revistaladoa

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